(São Pauo) A Contraf-CUT, juntamente com a FETEC-CUT-PR e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, estão promovendo, em parceria com o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, o 3o Seminário Nacional de Segurança Bancária. O evento, que será realizado no próximo dia 30 em Curitiba, visa discutir medidas mais eficazes no combate à violência que tem vitimado funcionários e clientes dos bancos.
“A expectativa é de participação do maior número possível de entidades sindicais, para que possamos compartilhar experiências e formatar propostas para encaminhar para o governo e à própria Febraban”, sustenta Gutemberg Oliveira, diretor da Fetec São Paulo e representante da Contraf-CUT na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCasp).
“Faremos um grande debate, com caráter preventivo para o trabalhador bancário e levantando possíveis soluções para minimizar o número de ocorrências”, completa o presidente da FETEC-CUT-PR e trabalhador bancário do HSBC, Adílson Stuzata.
Responsabilidade
Para ter idéia do tamanho do problema da violência em bancos, em São Paulo, cidade que concentra o maior número de bancos da América Latina, foram registrados, segundo a Secretaria de Segurança Pública, pelo menos 1.053 assaltos a agências nos últimos três anos. Essa escalada da violência fez com que a Contraf-CUT tomasse algumas iniciativas, como a ida a Brasília do presidente da entidade, Vagner Freitas, para solicitar ao Secretario Nacional de Segurança Pública que se cobre a responsabilização efetiva dos bancos sobre essa questão.
“Boa parte dos assaltos acontece por fragilidades no sistema de segurança, que é de responsabilidade dos bancos, e essa fragilidade ocorre por falta de investimentos”, critica Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT. Para Carlos, isso fica nítido quando olhamos para os dados fornecidos pela própria CCasp, órgão do Ministério da Justiça, que apontam alto índice de agências multadas por número insuficiente de vigilantes. “55% das autuações feitas pela Polícia Federal dizem respeito à falta de vigilantes, seja no auto-atendimento, seja dentro da agencia”, acusa.
Atualmente existem no Brasil mais de 17.500 agências bancárias. Pelas normas em vigor, todas devem dispor de vigilantes, alarmes e equipamentos eletrônicos, sendo que a partir deste ano, segundo a Portaria 387, de 28/08/2006, coletes à prova de bala e detectores manuais passaram a integrar os itens de segurança.
Gutemberg lembra ainda que muitos bancos fazem uso de empresas de segurança terceirizadas que, em vários casos, não vêm cumprindo com suas obrigações trabalhistas e tributárias, levando às vezes ao seu fechamento. “Esses trabalhadores já recebem baixos salários, muitas vezes atrasados, e algumas empresas simplesmente faliram, deixando os funcionários na mão”, conta Gutemberg. “Mais de uma vez agências de bancos deixaram de abrir por falta de seguranças”, recorda.
O 3o Seminário Nacional de Segurança Bancária será realizado no auditório do Senge, no Shopping Itália (Av. Marechal Deodoro, 630/22o andar), a partir das 8h30. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3015-0523.
Fonte: Contraf-CUT, com Fetec-PR