As manifestações que a CUT promoverá em todo o país neste 1º de Maio terão como tema central “Fortalecer a Democracia e Ampliar Conquistas” e retomarão a agenda da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, que ocupou as ruas de São Paulo no último dia 9 de abril.
A mobilização que levou 50 mil pessoas à capital paulista não pode ser ignorada pelo governo federal, ressalta o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, que aguarda, como em todo ano, o anúncio de avanços em direitos e conquistas neste Dia do Trabalhador.
Como bandeiras prioritárias, ele aponta a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, a manutenção da política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do imposto de renda e a negociação no setor público.
“Essas questões devem ser tratadas de maneira extraordinária pela presidenta Dilma Rousseff, que precisa dar uma resposta à classe trabalhadora”, defende Vagner.
Para todos os pontos há projetos de lei ou Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que aguardam parecer do Congresso. Caso da redução da jornada, cuja PEC 231/1995, do deputado Inácio Arruda (PCdoB-CE), está pronta para votação. Sobre o mesmo tema, tramita na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) o PL 4653/1994, do então deputado Paulo Paim (PT-RS).
Comunicação
Vagner destaca ainda a importância de a CUT lutar pela democratização dos meios de comunicação, tema presente em muitas manifestações e bandeira central na mobilização de São Paulo.
Na maior parte das manifestações, haverá coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip), que propõe um novo marco regulatório para concessão e funcionamento das emissoras de rádio e TV.
Para o dirigente, o Brasil não será uma democracia de fato enquanto não defender a pluralidade de ideias como direito fundamental dos brasileiros.
“Ao contrário do que dizem os donos dos monopólios da comunicação, comandados por meia dúzia de famílias, o novo marco regulatório não é para trazer qualquer tipo de censura, mas sim para que outras vozes possam ser ouvidas. Hoje vivemos uma ditadura em que um reduzido grupo discute e resolve o que deve ser a opinião nacional, orientando o povo brasileiros”, disse.
“Queremos os meios de comunicação democráticos, com pluralidade de ideias e informações, que não atendam somente a interesses econômicos. As emissoras de rádio e TV são concessões públicas e devemos criar um debate amplo e aberto sobre quais devem ser as suas responsabilidades”, apontou.