(São Paulo) Os funcionários do Banco do Brasil no Paraguai decidiram no último sábado, dia 10, encampar uma greve geral por tempo indeterminado contra as péssimas condições de trabalho oferecidas pela empresa no país e a falta de seriedade do BB nas negociações com o sindicato paraguaio. A data do início da paralisação ainda vai ser definida.
“Este é um momento decisivo para os funcionários do Banco do Brasil no Paraguai e precisamos da solidariedade dos companheiros da Contraf-CUT, que sempre tem nos ajudado, para reforçar e dar eco para esta medida extrema que estamos tomando. É inadmissível que uma empresa que se diz socialmente responsável deixe seus funcionários por mais de oito anos sem reajuste salarial, com Contrato Coletivo vencido e sem as mínimas condições de ter um emprego digno”, comentou Osmar Marecos, secretário-geral do Sindicato dos Empregados do Banco do Brasil no Paraguai.
Segundo o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, a Confederação está em contato com a diretoria do BB no Brasil para reabrir as negociações com o sindicato paraguaio. “Estamos solidários aos colegas do país vizinho, que sofrem com o BB, o maior banco brasileiro. Se lutamos contra a exploração dos bancários no Brasil, não podemos deixar que uma empresa pública do nosso país utilize métodos que combatemos aqui contra os bancários do Paraguai. Esta luta também é nossa”, destacou Ricardo Jacques.
Além do Contrato Coletivo de Trabalho estar vencido, as negociações para renovação se arrastam desde julho de 2005 e atualmente se encontram travadas devido à postura intransigente do BB. Os bancários querem um reajuste salarial de 15%, depois de mais de oito anos de arrocho e aumento zero.
No último dia 7, três dias antes da assembléia que decidiu pela greve, o Sindicato paraguaio enviou um ofício à direção do Banco do Brasil e ao Ministério do Trabalho e Seguridade Social do Paraguai tentando uma solução pacífica. O Sindicato solicitou uma inspeção laboral do governo e uma reunião tripartite, entre representantes dos trabalhadores, do banco e do Ministério.
“Há um grande número de funcionários que se encontram trabalhando em condições precárias à margem do Contrato Coletivo, especialmente os estagiários que estão abaixo da modalidade de Contrato de Aprendizagem, estabelecido nas leis trabalhistas de nosso país. Apesar do BB se negar a avançar nas negociações, o banco divulgou balanço com desempenho invejável no Paraguai”, finalizou Osmar Marecos.
Fonte: Contraf-CUT