Conselheiros querem mais informações para decidir rumos do plano de saúde
Em reunião ocorrida nesta terça-feira (17), em Brasília, o Conselho de Usuários do Saúde Caixa, formado por representantes dos empregados, dos aposentados e da empresa, discutiu diversos assuntos de interesse dos usuários do convênio médico.
Um dos itens da pauta foi a dificuldade do Conselho em obter dados mais atualizados do plano. “Há três anos não sabemos o que acontece. O último relatório atuarial que temos é o de 2010. A Caixa diz que o superávit será de R$ 450 milhões este ano. Sem as informações, não podemos analisar, por exemplo, o que pode ser feito com o recurso. Os dados fornecidos são insipientes”, disse a conselheira eleita Carla Renata Ferreira.
Segundo Carla Renata, a Caixa prometeu apresentar números de 2013 na próxima reunião, em fevereiro. “Vamos passar a bola para os próximos conselheiros sem discutir valores”, afirmou.
Fabiana Uehara, diretora executiva da Contraf-CUT e conselheira suplente, completou dizendo que “a Caixa não definiu nem os cinco conselheiros que deveria indicar. Ou seja, o fórum não tem nada de paritário. Muitas conquistas vieram das reivindicações, mas a Caixa apresenta como benefício”.
Outra tema abordado no encontro foi o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) da Agência Nacional de Saúde, divulgado no dia 3 de dezembro, que ranqueia as operadoras a partir de indicadores como atenção à saúde, satisfação de beneficiários, entre outros. Segundo o relatório, o Saúde Caixa tem a quarta pior avaliação. A Caixa explicou que o atual sistema não está adaptado ao modelo da ANS. Por isso, para o banco, o resultado final não condiz com a real situação do plano.
Com o objetivo de facilitar o acesso às informações pelos beneficiários, a Caixa informou que criou um aplicativo do Saúde Caixa para smartphones e tablets. A versão para sistema Android já está disponível, e a para IOS deve ser lançada em breve. “O mais importante é ter os dados atualizados. Muitos credenciados não aparecem na lista, e alguns que estão lá não atendem mais. Enquanto houver o contrato com a Datamec, que só acaba em dezembro de 2014, essa atualização vai continuar lenta”, sentenciou Carla Renata.
O Conselho de Usuários do Saúde Caixa também cobrou informações sobre a realização dos check-ups para que o assunto seja debatido de forma mais aprofundada. A empresa detalhou que foram realizados 3.625 entre janeiro e novembro, a um custo de R$ 7,8 milhões. O check-up é considerado um importante instrumento de prevenção à saúde do trabalhador.
Já com relação à inadimplência, outro item da pauta da reunião, a Caixa cobrou os aposentados de maneira mais específica. “Essa inadimplência é de apenas R$ 2,8 milhões. Não é nada frente ao superávit. Além disso, 50% dos aposentados inadimplentes já são falecidos. A Caixa está cobrando sem dar tratamento adequado às informações que tem”, finalizou Fabiana.