MPT realiza audiência de mediação entre Contraf e Santander nesta quarta

O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza nesta quarta-feira (12), às 9h30, uma audiência de mediação entre a Contraf-CUT e o Santander, em Brasília, sobre as demissões em massa neste mês de dezembro, às vésperas do Natal.

A reunião foi solicitada pela Contraf-CUT logo após o início das dispensas em todo país, diante da falta de diálogo e de transparência do banco espanhol com o movimento sindical e os trabalhadores.

As demissões atingiram principalmente funcionários com mais de 10 anos de casa, muitos gerentes e oriundos de bancos adquiridos (Banespa, Real, Sudameris, Meridional, Noroeste), perto da aposentadoria e até pessoas com deficiência.

“Foi um processo surpreendente, desumano e cruel que afetou a vida de centenas de pais e mães de família em todo Brasil”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Números contraditórios

Cobrado pelo TRT-SP, o Santander admitiu nesta terça-feira (11) ter realizado mil desligamentos em todo o país, mas informações levantadas pelos representantes dos trabalhadores indicam que, de fato, o número de demissões ultrapassa 2 mil no Brasil. Houve até informações que o total poderia chegar a 5 mil.

O Santander entregou ao TRT-SP uma lista na qual constam os nomes de 440 trabalhadores na base teritorial do Sindicato dos Bancários de São Paulo em processo de demissão, em dezembro. O banco alega que esse total não caracteriza demissão em massa, mas o Sindicato apresentou dados que mostram o contrário. Segundo levantamento da entidade, a média de homologações do Santander em São Paulo, Osasco e região é de 77,8 ao mês, em 2012, muito abaixo das 440 previstas para dezembro.

Não há motivos para demitir

Cabe registrar que o Santander não está demitindo na Espanha onde há crise, nem em outros países da América Latina. Por que dispensa trabalhadores brasileiros que produzem 26% do lucro mundial do banco? Nenhum outro país gera tão grande resultado para o banco do que o Brasil.

Nos primeiros nove meses do ano, o Santander lucrou R$ 5,6 bilhões, segundo o padrão contábil internacional. “Com esse lucro bilionário, o banco deveria fazer mais contratações e melhorar as condições de trabalho, a fim de oferecer atendimento decente aos clientes”, aponta o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

A Contraf-CUT também enviou cartas ao presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, e aos ministros do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, e da Fazenda, Guido Mantega, solicitando reuniões para discutir as demissões e buscar garantir o emprego dos trabalhadores.

“O emprego é prioridade não somente para os bancários mas também para o desenvolvimento econômico e social do Brasil com distribuição de renda e inclusão”, conclui o presidente da Contraf-CUT.

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