Bancários protestam contra demissões no Itaú Unibanco em Rio Banco

Dirigentes sindicais entregaram jornais para bancários e clientes

O banco que mais lucra no Brasil é o que também o mais demite. Trata-se do Itaú Unibanco, instituição financeira que lucrou no ano passado mais de R$ 14,3 bilhões, mas banco segue demitindo em 2012.

No primeiro trimestre deste ano, o banco cortou 1.964 empregos, o que acumula um fechamento de 7.728 vagas nos últimos 12 meses.

Enquanto gasta milhões de reais na campanha de marketing “Vamos jogar bola”, o banco não para de demitir. Somente nas unidades de Rio Branco, o Itaú Unibanco desligou de dezembro de 2011 a maio deste ano seis funcionários de um total de 26.

Para frear essa onda de demissões, a Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram nesta quarta-feira (23) um Dia Nacional de Luta, com protestos nas agências e concentrações do banco contra as demissões, a rotatividade, o assédio moral, as metas abusivas, as condições precárias de saúde, segurança e trabalho, e a terceirização.

O ato em Rio Branco ocorreu na agência principal da instituição, localizada no centro comercial da capital, com faixa de protesto, carro de som, conversa com os clientes e panfletagem para denunciar a política de demissão da empresa.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, abriu o ato público e criticou a política do banco. O dirigente reclamou do crescente número de demissões da instituição durante os últimos meses, assim como a cobranças por metas abusivas, fator esse que contribuiu para o adoecimento dos funcionários.

Outra a fazer uso da palavra durante o ato foi diretora do Sindicato, Elmira Farias. A sindicalista não poupou criticas a respeito da politica de rotatividade de posto de serviço do Itaú Unibanco. Elmira explicou que é momento do banco pensar no funcionário, peça chave dos bons resultados conquistados pela empresa durante os últimos anos, mas que estão sendo desvalorizados pela instituição.

Convidada pela direção do Sindicato, a presidenta CUT/AC, Rosana Nascimento, compareceu ao protesto. Rosana explicou que não entende como a instituição que mais lucra no setor financeiro do país anda demitindo tanto. Ela questionou o papel social do banco junto à sociedade para a geração de emprego e renda, além da redução da taxa de juros.

O aposentado Pedro Braga acompanhou o ato público e deixou claro ser favorável à luta do Sindicato na defesa dos trabalhadores.

Jogo feio da rotatividade

Segundo dados do Dieese, o Itaú possuía 104.022 funcionários em março de 2011, diminuiu para 98.258 em dezembro e reduziu para 96.204 em março de 2012. Enquanto isso, outros bancos geraram empregos.

Conforme a Pesquisa do Emprego Bancário, elaborada trimestralmente pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged, os bancos estão mandando embora funcionários mais antigos com salários maiores e contratam novos pagando bem menos. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.430,57 em 2011, enquanto que a dos desligados foi de R$ 4.110,26, uma diferença de 40,87%. No ano anterior, a diferença era de 37,60%.

“Além de suspender imediatamente a política de rotatividade e parar as demissões, o Itaú tem que remunerar melhor os craques da bola, que são os funcionários do banco, com a melhoria dos salários em vez dos bônus dos executivos, a valorização da Participação Complementar nos Resultados (PCR), que está sendo negociada com as entidades sindicais, e a garantia de condições dignas de trabalho, que começam com o registro correto da jornada no ponto eletrônico”, afirma o funcionário do Itaú Unibanco e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

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