Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) caíram 24% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, totalizando R$ 33,3 bilhões. A mesma tendência de queda foi observada nas consultas por financiamentos (-47%), no enquadramento e aprovação de projetos (-36% e -46%, respectivamente).Os números foram divulgados nesta quinta-feira(14) pelo banco, que atribuiu boa parte dos resultados aos ajustes efetuados na nova política operacional da instituição.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, esses ajustes permitiram a redução da participação máxima em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJPL), hoje da ordem de 6% ao ano, visando ampliar a presença do mercado de capitais nos financiamentos de longo prazo ao setor produtivo. O último ajuste com essa finalidade ocorreu em dezembro de 2014.
Outro fator que contribuiu para a redução dos recursos -liberados nos três primeiros meses do ano – foi a revisão do Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), que financia bens de capital com taxa fixa.
Os desembolsos para projetos do programa tiveram retração de 18%. Apesar disso, o banco considerou o desempenho dentro do esperado. Em contrapartida, o desembolso por meio do Cartão BNDES – para aquisição de máquinas e equipamentos no portal eletrônico do banco, pelas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) – cresceu 16%, alcançando em torno de R$ 2,8 bilhões.
Outro destaque foram as liberações para inovação, com alta de 9% no trimestre, atingindo R$ 1 bilhão. Do total desembolsado no acumulado janeiro/março deste ano, a maior parcela, equivalente a R$ 11,7 bilhões, foi destinada à área de infraestrutura; seguindo-se R$ 10,4 bilhões para indústria, R$ 7,6 bilhões para comércio e serviços; e R$ 3,5 bilhões para agricultura.
Para essas áreas, os recursos sofreram redução de, respectivamente, 25%, 17%, 34% e 13%, de acordo com o boletim de desempenho do banco.
Para as micro, pequenas e médias empresas, os desembolsos no primeiro trimestre somaram R$ 10,2 bilhões, com participação de 30,8% no total de recursos liberados no período. Mesmo assim, houve redução de R$ 15,2 bilhões, em comparação ao total liberado para o segmento no primeiro trimestre de 2014.