(São Paulo) De Norte a Sul do país os bancários do Itaú realizaram manifestações e paralisações para marcar o Dia Nacional de Lutas no banco. No último dia 22, a Contraf-CUT e os sindicatos já haviam protestado no lançamento da Campanha pelo PCR maior, 14º salário e mais qualidade de vida para os bancários.
“O Itaú é um dos maiores e mais lucrativos bancos do Sistema Financeiro Nacional. Mas os empregados sofrem com uma série de problemas que poderiam ser resolvidos se o banco deixasse a ganância de lado. Estamos protestando e realizando este Dia de Lutas para que nossas reivindicações sejam atendidas. O processo de negociações permanentes já começou e sem pressão não conseguiremos arrancar nada do Itaú”, afirma Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT e funcionários do banco.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão a Participação Complementar nos Resultados (PCR), mudanças no Programa AGIR, o Plano de Saúde, Plano de Previdência Complementar, auxílio-educação, enquadramento sindical, realinhamento salarial, mais contratações e 14º salário.
Para garantir estas reivindicações, os bancários de São Paulo realizaram um protesto bem humorado no Ceic do Itaú. Em plena hora do almoço, o Sindicato distribuiu aos funcionários pratos de carne seca com abóbora, para reivindicar o “Jabaculê de Natal”. “O banco deu várias ‘derrapadas’ este ano, como não ter se preparado adequadamente para receber, no inicio de 2006, as contas da prefeitura, com muitas filas, muita reclamação. A compra do BankBoston também gerou muitos problemas, e nenhum deles tem relação com o trabalho dos bancários”, disse a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Ana Tércia Sanches.
No interior paulista, os bancários de Catanduva fizeram manifestação na agência do Itaú, com distribuição de panfletos e reuniões. “O banco tem condições de aumentar o PCR dos funcionários. Acreditamos que ainda há espaço para avançar nessa reivindicação e vamos continuar insistindo”, ressaltou Paulo Franco, diretor do Sindicato. Em Taubaté, a abertura das agências foi retardada.
No Rio de Janeiro, os bancários paralisaram até as 12 horas três agências do Itaú no centro da cidade. De quebra, o protesto parou também uma agência da Taií, até as 15 horas. “A paralisação foi um sucesso total, como sempre acontece, pois os funcionários estão descontentes com as péssimas condições de trabalho, jornada extensiva, metas do AGIR, aumento do plano de saúde, PCR etc… Na Taií a situação é mais radical, pois os trabalhadores são submetidos a uma extenuante jornada de até 12 horas por dia debaixo de sol e de chuva, a uma rotatividade relâmpago, sem intervalo para almoço e extrema cobrança de metas. Por tudo isso, as atividades do Sindicato sempre são bem recepcionada pelos trabalhadores”, avalia Carlos Augusto diretor do Seeb/RJ.
Em Campos dos Goytacazes (RJ), o Sindicato realizou durante toda a manhã uma manifestação em frente a principal agência. Foi feita a colagem de cartazes nas portas de vidro denunciando os principais problemas enfrentados pelos funcionários no seu dia a dia. Também houve distribuição de jornal ao cliente, além da utilização de carro de som.
Em Porto Alegre, os bancários atrasaram o início do expediente externo na agência Rua da Praia, no centro da capital gaúcha. Munidos com faixa e carro de som, os funcionários protestaram e entregaram uma carta aberta aos clientes e à população. Conforme a diretora do Sindicato e representante do RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Cátia Cilene, a paralisação, que se encerrou às 11h, cumpriu com os objetivos de mostrar a ganância do Itaú, que somente no primeiro semestre de 2006 obteve um lucro de R$ 2,9 bilhões.
No Espírito Santo, foi feita panfletagem em quatro agências do Itaú, sendo duas em Vitória e duas em Vila Velha. Os capixabas denunciaram que os bancários são vítimas das péssimas condições de trabalho no banco e da cobrança de metas abusivas, o que tem gerado adoecimento dos funcionários.
Os bancários em Cuiabá atrasaram em uma hora a abertura da Agencia Goiabeiras, na capital mato-grossense. “Tivemos uma reunião com os bancários que se indignaram com a forma como o Itaú vem tratando seus empregados. Por isso, a necessidade de continuar lutando contra a irresponsabilidade do banco com seus funcionários e também com a sociedade”, afirma o diretor do Sindicato do Estado de Mato Grosso, Natércio Brito. “Todas essas reivindicações são possíveis se o banco acabar com a ganância que tem frente aos lucros exorbitante que acumula ano a ano”, completou a diretora do Seeb, Vania Schembek.
No Piauí, a agência Centro de Teresina teve o horário de atendimento ao público retardado em uma hora. Dirigentes sindicais se concentraram em frente ao banco onde foram distribuídos para clientes, panfletos contendo os motivos do Dia de Lutas. "A manifestação foi mais uma forma de pressão para dar continuidade as discussões sobre a pauta especifica entregue ao banco", esclarece Raimundo Nonato de Sousa (Neide).
Em Pernambuco, dirigentes do Sindicato visitaram as agências do Itaú no Recife para informar os resultados da rodada de negociações do último dia 23. Chico Ferreira, secretário de Bancos Privados, ressalta que os bancários pernambucanos têm sofrido com o Plano de Saúde, que precisa ser desburocratizado. “Hoje, as requisições locais são remetidas à central em São Paulo. E, há exames e consultas urgentes que ficam prejudicadas”, explica o diretor. No Recife, foram visitadas as agências: Parque Amorim, Personalitê Amorim, Rosarinho, Encruzilhada, Caxangá, Afogados, Imbiribeira e Boa Viagem.
Em Minas, os diretores do Sindicato percorreram as agências do Itaú em Juiz de Fora realizando panfletagem, que também foi feita no Banco de Boston, já que a empresa, apesar de pagar o 14° salário aos funcionários, pretende vincular esse benefício ao cumprimento de metas.