Na última quarta-feira (26), o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá voltou a se reunir no prédio da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) para tratar sobre segurança bancária.
Além de representantes do Sindicato, Segup, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal, a reunião contou também com a presença de representantes do Banco do Brasil, Banpará, Banco da Amazônia, Caixa Econômica, Santander/Real, e do Sindivipa (Sindicato dos Empregados em Empresas de Vigilância Patrimonial), Sindiforte (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Valores do Pará), Contraf-CUT e Fetec-CN. O Sindicato foi representado pela presidenta Rosalina Amorim, o vice-presidente, Sérgio Trindade e o diretor jurídico, Sandro Mattos.
Durante o encontro, especialistas em segurança pública apresentaram aos representantes das instituições financeiras estratégias de segurança, que se executadas em parceria com a polícia e empresas de vigilância, poderão reduzir drasticamente os assaltos às agências bancárias, bem como os crimes de sapatinho e saidinha em todo o Estado. São elas:
Transporte de valores – Apesar do risco, são os bancários que além de exercer suas atividades, têm que fazer o transporte de valores, o que para a delegada federal, Gisele Leal, é inadmissível, pois o funcionário não tem treinamento para executar tal função.
O Sindicato propõe que esse transporte seja feito por empresas especializadas, que inclusive é uma das reivindicações da categoria nesta Campanha Nacional.
E ainda sugere que quando algum banco estiver perto de receber altos valores em dinheiro que a polícia seja comunicada para garantir o reforço policial na área.
Posse de chaves – É também o bancário, o responsável pela guarda das chaves das agências, principal motivo para os crimes de “sapatinho” (quando o gerente e/ou sua família são seqüestrados para os bandidos efetuarem o assalto). O Sindicato também não concorda com esta atitude, pois mais uma vez o trabalho fica exposto a ação de criminosos.
O Banco do Brasil (BB) já está adotando novas medidas quanto ao assunto e, de acordo com a instituição, nas agências de Belém, a guarda das chaves agora é feita por uma empresa terceirizada e especializada em segurança. O BB se comprometeu em fazer deste ato uma prática nas agências do interior do Estado do Pará.
Encaminhamentos – Uma nova reunião foi marcada para a segunda semana de setembro, para que instituições financeiras, órgãos de segurança pública e Sindicato continuem a buscar alternativas que garantem a segurança de bancários e clientes dentro e fora das agências.
Para a presidente do Sindicato, Rosalina Amorim, as reuniões têm avançado cada vez mais, apesar de nem todas os bancos estarem presentes. “Queremos ir além do mínimo plano legal assumido. Queremos firmar uma parceria com estas entidades para reduzir a violência sofrida pelos trabalhadores bancários, principalmente no interior do Estado”, afirma.
Resultados – Esta foi a segunda reunião com a Segup só neste mês. A primeira ocorreu no dia 11 e alguns resultados já podem ser contabilizados, como a operação denominada “Sul e Sudeste do Pará” organizada pela Polícia Civil, com o objetivo de prevenir, inibir e combater as diferentes modalidades de violência bancária.
Na terça-feira 24, uma equipe com 20 homens da corporação saiu de Belém em sete viaturas, para dividir-se entre as regiões sul e sudeste e unir-se com mais 20 policiais.
A operação será divida em duas fases e tem estimativa de durar o período de 40 dias. Idealizada pelo delegado geral Raimundo Benassuly, e o núcleo de inteligência da Polícia Civil, a ação veio para somar a outra atuação policial que ocorre em sigilo nas duas regiões, onde se mantêm policiais infiltrados como civis.
Estratégia – A operação focou nestas duas regiões devido ao alto índice de assaltos. Somente neste ano, segundo levantamento do Sindicato, foram 10 ocorrências registradas no sul e sudeste do Pará. O outro motivo é a proximidade do dia de pagamento dos servidores públicos, o que aumenta ainda mais o risco de assaltos nesses municípios.
Entretanto, a segurança bancária não se faz somente de iniciativas do Estado, ou pressões das entidades sindicais, é composta também pela sensibilização das instituições financeiras em relação a segurança de seus funcionários e clientes com o cumprimento de leis específicas sobre o assunto, como a lei estadual 7.013/07, que obriga os bancos a instalar portas giratórias e blindagem em suas fachadas.
“A intervenção do Sindicato junto à Segup, que se mostrou parceira no sentido de acatar as sugestões, está gerando frutos como a operação ‘Sul e Sudeste”. O anseio para acabar ou pelo menos reduzir o número de assaltos é o que mobiliza nosso Sindicato, a sociedade paraense e o Governo do Estado. Mas é preciso que os bancos cumpram seu papel e se preocupem com a segurança e bem-estar dos bancários e bancárias, clientes e usuários dos bancos”, ressalta o diretor jurídico do Sindicato, Sandro Mattos.