Depois de Nova York e Londres, Bradesco vai abrir corretoras na Ásia

Valor Econômico
Aline Lima

Depois de ensaiar uma expansão para o oriente por algumas vezes, o Bradesco agora marcou data para abrir duas corretoras na Ásia e, finalmente, poder capturar o apetite por Brasil dos investidores daquela parte do mundo. O banco finca sua bandeira em Hong Kong (China) em março e em Tóquio (Japão) em abril.

Nesta semana, serão reinauguradas a Bradesco Securities de Nova York e de Londres. Os novos endereços contam com metragem, no mínimo, quatro vezes maior que a dos atuais escritórios, que já não comportavam a expansão dos negócios.

A demanda de clientes asiáticos é atendida, hoje, pela equipe de Londres. Mas o banco entende que é preciso reforçar a presença no oriente. Já foram lançados fundos de investimento no Japão, distribuídos pelo grupo Mitsubishi UFJ, que tem pequena participação acionária no Bradesco.

Agora, a ideia é aproveitar a estrutura da corretora para oferecer serviços de private banking e gestão de recursos, segundo o vice-presidente executivo Norberto Pinto Barbedo. O Itaú, seu principal concorrente, já conta com uma corretora em Tóquio desde 2007 e, em Hong Kong, desde 2006.

Nas unidades de Nova York e Londres, o crescimento dos negócios do Bradesco na área de mercado de capitais está levando ao aumento do time de funcionários. Em Nova York trabalham, atualmente, 15 pessoas. Em breve, esse número deve chegar a 25. “Tivemos de sublocar um espaço da agência do banco na cidade para acomodar o ‘back office’ da corretora”, lembra Luiz Galvão, diretor do Bradesco Banco de Investimento (BBI). Na quarta-feira, 10, a equipe volta a se reunir num espaço único de 1,2 mil m2 em um dos quarteirões mais nobres de Manhattan, na Park Avenue com a rua 57.

A nova unidade da Bradesco Securities na City londrina vai ocupar 400 m2 do tradicional edifício Tower 42, o segundo mais alto da região. A inauguração, marcada para amanhã, pega carona no evento para investidores “Bradesco Day” – assim como o lançamento de Nova York, que ocorre um dia depois.

O time da corretora de Londres é composto hoje por nove profissionais. Há três anos, quando foi criada, eram quatro pessoas. “Muita gente se impressiona com as mesas de operação dos bancos de investimento estrangeiros, mas eles normalmente têm duas, três pessoas para cuidar de América Latina”, observa Galvão. “Temos uma equipe maior e totalmente focada em Brasil”, compara.

A ampliação das fronteiras segue o ritmo de evolução do Bradesco BBI. A estrutura de Nova York, por exemplo, existe há dez anos, mas só a partir de 2007, quando a corretora passou para a alçada do BBI, foi que a unidade começou a operar de forma mais ativa, conta Galvão. O executivo chegou nessa época ao banco justamente com a missão de reforçar a distribuição internacional de títulos de renda fixa e de renda variável, de maneira que a corretora fosse além da intermediação de compra e venda de ações e ADRs.

Neste ano, o Bradesco BBI participou, como coordenador, de 11 ofertas de títulos de renda fixa no mercado externo, cuja distribuição internacional alcançou US$ 6,5 bilhões. Na renda variável, foram distribuídos US$ 11,4 bilhões. “Fomos líderes em Petrobras e Visanet [atual Cielo] e não temos mais de provar nada a ninguém”, diz Barbedo. “Os números falam por si.”

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