O Globo: Europeus propõem controle do sistema financeiro internacional

O Globo

Bruxelas e Paris – França, Alemanha e Reino Unido pediram nesta quarta-feira uma revisão do sistema financeiro internacional, cujas bases foram lançadas na Conferência de Bretton Woods, em julho de 1944, pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. E propuseram que os líderes do G-8 – os sete países mais ricos do mundo e a Rússia – e as principais economias emergentes se encontrem no próximo mês para debater o tema, mostra reportagem da correspondente Deborah Berlinck, publicada na edição desta quinta-feira do “Jornal O Globo”.

É necessária uma refundação global do capitalismo, baseada em valores que ponham as finanças a serviço dos negócios e dos cidadãos, e não vice-versa”, disse o presidente da França, Nicolas Sarkozy, no discurso de abertura de um encontro de dois dias entre líderes dos países da zona do euro, em Bruxelas.

O pedido das três principais economias européias foi atendido. Ontem mesmo, o G-8 e a Casa Branca emitiram comunicado conjunto afirmando que estavam unidos em seu compromisso para alterar as regras do sistema financeiro internacional com o objetivo de “remediar as deficiências expostas pela crise atual”. Mas não houve decisão sobre datas. O comunicado limitava-se a dizer que o encontro deveria ser “no momento adequado num futuro próximo”. Sarkozy quer que a cúpula seja em Nova York , “onde tudo aconteceu”.

Além disso, os 27 países da União Européia (UE) aprovaram um pacote de medidas que havia sido discutido no fim de semana, incluindo mudanças nas regras contábeis de bancos, novos mecanismos de supervisão de instituições financeiras, bem como um plano de socorro de 2,2 trilhões (cerca de US$ 3 trilhões) para capitalizar o setor bancário e garantir depósitos e empréstimos.

Com a proposta de revisão de Bretton Woods, a Europa quer capitalizar em cima do sucesso do seu plano de salvação de bancos. Como disse o presidente francês, é a primeira vez na história das finanças que planos elaborados pelos europeus inspiram medidas tomadas pelos EUA.

Entre as propostas aprovadas ontem está a flexibilização das regras contábeis. Instituições financeiras e não-financeiras não terão mais que contabilizar seus ativos pelo valor imediato de mercado. Também ficou acordado que as nações européias poderão injetar recursos em bancos em dificuldades e assegurar empréstimos dessas instituições

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