Mortes de reféns são investigadas em ataques a bancos no Ceará

Uma tentativa de assalto a dois bancos, na cidade de Milagres (CE), nesta sexta-feira (7) resultou na morte de 12 pessoas, sendo seis identificadas como criminosos, conforme nota divulgada pela Secretaria de Segurança do Estado. Este é o 49º ataque a banco no estado do Ceará, conforme levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, cuja estatística vem sendo amplamente divulgada pela imprensa, pelos números contabilizados de assaltos, arrombamentos, tentativas de assalto, ataques a carros fortes e malotes, bem como, saidinha e chegadinha bancária. Em 2017, o total de ataques foi de 65 no geral.

Sobre as vítimas dessa tragédia, cinco pessoas eram de uma mesma família, incluindo dois menores, e uma sexta vítima que foram sequestradas por um grupo de assaltantes. A ação aconteceu por volta das 2h15 da madrugada. Os bandidos estavam preparados para assaltar duas agências bancárias e foram surpreendidos pela polícia, antes do ataque. Houve troca de tiros e 12 pessoas morreram no confronto. Parte da quadrilha fugiu sem levar nada.

Os assaltantes estavam fortemente armados, bloquearam com um caminhão a rodovia BR-116, na altura do quilômetro 495 e fizeram de reféns pessoas que trafegaram no momento pelo local.  Os motoristas que trafegavam no local foram obrigados a parar e, após abordagem dos bandidos, foram colocados em outro veículo.

Seis pessoas de dois veículos foram feitas reféns pelos bandidos, sendo uma família de cinco membros, que voltavam do Cariri em direção à Serra Talhada, em Pernambuco, quando passou pelo trecho interditado pelo caminhão na BR 116, e uma sexta pessoa vindo do município de Brejo Santo. Eles foram parados na rodovia e sequestrados pelos bandidos, que foram abordados pela polícia.

As primeiras informações foram passadas à imprensa pelo prefeito de Milagres, Lielson Landim, a partir do tenente George Freitas, secretário de Segurança daquele município, segundo o qual houve intensa troca de tiros durante cerca de 20 minutos, que acordou a população em pânico. Segundo o prefeito municipal, os reféns foram mortos pela quadrilha, quando da aproximação da polícia, que surpreendeu o bando antes do ataque às agências bancárias do município.

O governador do estado, Camilo Santana (PT/CE) se pronunciou sobre a tragédia em Milagres, e disse “o fato é que o bando estava preparado para assaltar dois bancos e não conseguiram”. O titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, afirmou que “o momento é de sermos responsáveis e aguardar a apuração que será feita” sobre a ação policial que impediu o ataque a dois bancos no município, mas culminou com a morte de 12 pessoas. Três suspeitos foram presos e um deles confessou que teria atirado em outras pessoas. Somente a investigação dirá o que aconteceu. Houve uma troca de tiros e a informação preliminar que a Secretaria de Segurança recebeu é que um dos criminosos presos acabou dizendo que matou pessoas que não eram da quadrilha.

“Nosso papel como cidadão e dirigente sindical é cobrar das autoridades mais reforço na segurança, pois com essas ações violentas todos saem prejudicados: clientes, bancários, comércio local e, principalmente, a população da região. Reduziu o número de ataques de um ano para outro, mas toda vida para nós é importante. Também nos preocupa a mudança no modo de operação dos criminosos que estão tomando reféns para os ataques de arrombamentos nas madrugadas. Não podemos admitir que cidadãos e bancários sejam mortos ou feitos reféns de criminosos, pois não conseguem restabelecer sua vida e os traumas são profundos. A proteção da vida das pessoas deve estar em primeiro lugar”, disse Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.

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