Tempo ruim não impede Dia Nacional de Luta por um PCC digno em Porto Alegre

O tempo ruim que fez em Porto Alegre na manhã desta quarta-feira, dia 8, não foi suficiente para espantar os empregados da Caixa Econômica Federal, que realizaram o “Dia de Luta por um PCC Digno”. A manifestação ocorreu em frente à agência Praça da Alfândega, e contou com a participação de dirigentes do SindBancários, Feeb/RS e APCEF-RS.

Além de manifestarem sua insatisfação em relação às atitudes arbitrárias e desrespeitosas da direção da Caixa, que efetuou a alteração unilateral de normativos do banco relacionados ao plano de carreiras, sem comunicação prévia às entidades representativas dos empregados, os presentes colheram assinaturas para o abaixo-assinado “Mais empregados para a Caixa”. O movimento teve boa aceitação por parte da população, que compareceu à barraca do “Dia de Luta” e fez questão de assinar a nominata.

O Dia de Luta se encerra com um encontro na Casa dos Bancários, a partir das 18h. Todos estão convidados para conhecer as mudanças no PCC. A iniciativa pretende socializar as informações sobre o andamento dos trabalhos dos GTs nacional e gaúcho, bem com avaliar a postura autoritária da empresa ao desrespeitar o acordo coletivo de trabalho ao alterar normativos de RH sem negociação prévia, conforme combinado.

O diretor financeiro do SindBancários e empregado da Caixa, Tiago Vasconcellos indagou o fato do atendimento do banco estar precário, enquanto que o juro se mostra altíssimo. Segundo ele, a Caixa precisa contratar 20 mil empregados para melhorar o atendimento.

Já o diretor do SindBancários e funcionário do Bradesco, Everton de Morais Gimenez, lembrou que “cada vez que perdemos um posto de trabalho, o atendimento piora: os serviços demoram mais e, conseqüentemente, as filas aumentam. E isso não é culpa dos bancários, e sim da Caixa, que se nega a contratar mais funcionários.” Ele lembrou que a Caixa está trocando três funcionários por um, “o que mostra a irresponsabilidade de um banco que só pensa em aumentar o lucro”.

Para o diretor jurídico do SindBancários e funcionário do HSBC, Lúcio Mauro Paz Barros, “precisamos fazer um investimento no setor de recursos humanos da Caixa, e isso não fica restrito somente a contratações.” Ele lembrou que os bancos têm condições de realizarem maiores investimentos em segurança e que, na Campanha Salarial deste ano, será pautado e reivindicado recursos para essa área.

O diretor do SindBancários e empregado da Caixa, Francisco de Assis Magalhães (Chico), entende que “além das condições de trabalho adequado, defendemos um melhor atendimento. Os clientes que esperam na fila poderiam estar fazendo outras demandas pessoais, em vez de ficarem em pé por muito tempo. A Caixa não pode trabalhar como um banco privado, pois é uma entidade social, que ajuda na distribuição de crédito, habitação, políticas públicas, em vez de buscar o lucro como um banco privado.”

A diretora do SindBancários e empregada da Caixa, Rachel de Araújo Weber, lembrou que a Caixa está com uma série de programas sociais, como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida, e que só contratando mais trabalhadores o banco conseguirá dar um aporte a todos esses projetos da maneira que deve. “A direção da Caixa parece não compactuar com as determinações para que contrate mais funcionários, pois se recusa a realizar a efetivação. Assim, o banco não pode dar o atendimento que todos os brasileiros merecem.”

O diretor do SindBancários e funcionário do Banco do Brasil, Julio Cesar Soares Vivian lembrou que “muita gente queria privatizar todos os bancos, porque consideravam um abuso a existência de bancos públicos em pleno século XXI. No fim do ano passado, passamos por um momento impar com a crise mundial, e ela só foi menor aqui no Brasil graças a esses bancos públicos. Economistas do mundo inteiro já provaram que foi isso que manteve a crise sob controle no país, diferente do “tsunami” que varreu a econômia pelo mundo afora.” Para ele, esse é um indício que a CEF precisa relevar seu papel público e social, e não agir como um banco privado.

O diretor do SindBancários e da CONTRAF e funcionário do Santander, Paulo Roberto Stekel, entende que a diminuição do número de empregados e o consequente aumento da carga de trabalhos é o ambiente propício para que se configure o assédio moral. Em uma amostragem de dados, Stekel mostrou que o contingente de trabalhadores está menor que há dois anos atrás. “É desnecessário dizer porque encontramos filas aqui (na agência da Caixa), onde também há recorde de multas pelo descumprimento da lei das filas. É impossível continuar assim, com os empregados do banco passando cada vez mais tempo no trabalho e as pessoas cada vez mais tempo presas às filas”.

O diretor da Feeb/RS, Amaro Souza ressaltou os objetivos da Caixa, de ser um banco público, local procurado por todo o trabalhador que almeja ter sua casa. Porém, para ele, o número atual de empregados não dá o aporte necessário nem para os trabalhadores do banco nem para seus clientes, ficando comprometida a implementação de projetos sociais. Amaro ainda explicou que o abaixo assinado, que busca maiores contratações, busca não só em um melhor atendimento à população, mas também uma redução dos problemas de saúde dos funcionários e em uma melhora na condição de vida dos trabalhadores”.

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