Seminário discute política de crédito, juros e spread bancário nesta segunda

O Fundo Monetário Internacional (FMI) jogou uma pá de cal sobre a desculpa favorita dos banqueiros para justificar o elevado spread no Brasil: a suposta alta inadimplência. O levantamento do FMI, citado na edição de terça-feira, dia 8, do jornal O Estado de S. Paulo, mostra que, no último trimestre de 2008, a relação entre empréstimos em atraso e crédito total no Brasil era de 2,9%, enquanto na Argentina era de 2,5% e nos EUA de 2,3%.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o spread brasileiro é seis vezes maior do que a média dos 42 países que estão no levantamento do FMI.

O estudo dá ainda mais importância ao seminário Políticas de Crédito, Juros e Spread Bancário no Brasil que o Sindicato dos Bancários de São Paulo promove nesta segunda-feira, dia 14, das 14h30 às 16h30. O evento acontece na sede da entidade, que fica na Rua São Bento, 413, Centro.

A idéia é discutir as políticas de juros no Brasil e apontar caminhos para facilitar o acesso ao crédito no país. As inscrições que podem ser feitas pelo 3188-5200, terminam nesta sexta-feira, dia 11.

“Os bancos devem uma explicação à sociedade. Após repetir por tantos anos a ladainha de que o brasileiro era mau pagador, após dizer sempre que a inadimplência aqui era a maior do mundo, prejudicando a imagem do país, temos agora dados concretos que mostram que isso não é verdade, que estamos dentro da média mundial”, afirma a diretora do Sindicato Ana Tércia Sanches.

Ela destaca que o spread continua alto apesar das diversas medidas adotadas para proporcionar condições para sua queda, como a revisão da lei de falências, a flexibilização do recolhimento do compulsório e a redução da taxa Selic.

“Nós, bancários, sempre lutamos pela queda dos juros, inclusive esta é uma das pautas da Campanha Nacional deste ano”, lembra a dirigente, destacando o apoio da entidade à aprovação do projeto de lei nº 5.258/09, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que propõe instituir um sistema para incentivar a concorrência entre os bancos na determinação do spread.

Outra luta histórica dos movimentos sociais envolve a democratização do Conselho Monetário Nacional, que deve contar com representantes dos trabalhadores para defender os interesses da sociedade.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram