Paralisação da agência Bonfim e manifestações marcam Dia Nacional de Luta
O Dia Nacional de Luta contra as Práticas Antissindicais no Banco do Brasil foi marcado nesta quarta-feira (28) em Campinas (SP) com paralisação dos serviços até as 12h na agência Bonfim, retardando a abertura em duas horas, e manifestação nos locais de trabalho instalados nas proximidades (agência Governador, posto de atendimento da Secretaria Estadual da Fazenda e nos departamentos CSO, PSO, GEPES e GERAG, localizados no prédio da antiga Gerel).
Durante o protesto que contou com total apoio dos funcionários e clientes, os dirigentes sindicais distribuíram carta aberta intitulada “Diretoria do Banco do Brasil desrespeita funcionários. Lembra os ‘anos de chumbo’ ao perseguir quem fez greve”.
Entre as práticas antissindicais da diretoria do BB, está a recente medida que obriga os funcionários que participaram da greve nacional da categoria, em setembro último, a assinar um termo para compensar o que denomina “Horas de Greve”. A decisão do Banco transforma uma questão coletiva em individual, pois a compensação dos dias parados está prevista na Convenção Coletiva de Trabalho.
Como disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas, Jeferson Boava, “uma exigência desnecessária. A CCT é um instrumento coletivo de trabalho. Qualquer conflito deve ser remetido ao sindicato, legítimo representante dos trabalhadores. Ao individualizar a questão, o BB visa intimidar, punir os funcionários que fizeram greve, e desmobilizar as ações coletivas. O que é muito grave. Aliás, o Sindicato já ingressou ação na Justiça pleiteando a suspensão da obrigatoriedade do funcionário assinar o termo”.
O desrespeito da diretoria do BB, no entanto, não para aí: descomissiona em nome de “atos de gestão” (proibido pelo governo federal); suspende a posse de concursados; corta a verba de aprimoramento; não convoca eleição do representante dos funcionários no Conselho de Administração, previsto em lei; reduz o quadro de vigilantes; e não explica o pagamento da PLR, em especial o módulo bônus. Quanto à jornada de 6h para todos, promete solução em janeiro de 2013. “É inaceitável essa postura da diretoria do Banco, a ser combatida em todas as esferas”, frisa o presidente Jeferson Boava.
Leia a carta aberta aos clientes, usuários e funcionários:
Diretoria do Banco do Brasil desrespeita funcionários.
Lembra os “anos de chumbo” ao perseguir quem fez greve
Hoje, 28 de novembro de 2012, é Dia Nacional de Luta contra as Práticas Antissindicais no Banco do Brasil. A mobilização em todo o país é para denunciar que a atual diretoria da secular instituição pública federal não respeita o acordo coletivo negociado com os sindicatos e, por extensão, não respeita seus próprios funcionários; todos concursados, comprometidos com o papel social do Banco do Brasil. O Banco, que deveria ser um dos pilares do desenvolvimento econômico do país, se preocupa hoje mais em punir seus funcionários, não cumprir o negociado com os legítimos representantes dos trabalhadores bancários, que são os sindicatos. Sem falar que, em total desrespeito à Constituição Federal, duramente conquistada em 1988, depois de a Nação mandar de volta aos quartéis os generais golpistas de 1964, quer anular o direito democrático de greve.
É o que se pode concluir da recente decisão em obrigar os funcionários que participaram da greve nacional da categoria, em setembro último, a assinar um termo para compensar o que chama de “Horas de Greve”. Cabe aqui esclarecer que o acordo coletivo dos bancários já prevê a referida compensação dos dias parados, como em anos anteriores. Portanto, é desnecessário tal procedimento interno, a não ser para intimidar, ameaçar, pressionar, desmobilizar, reprimir quem exerceu o citado Direito de Greve, previsto na Carta Magna. Em outros termos, a atual diretoria do Banco do Brasil transforma uma questão coletiva em individual, ao tentar burlar a denominada Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada pelos sindicatos e pela entidade máxima dos Bancos, a Fenaban, da qual o BB é signatário.
Hoje, o Sindicato realiza esse Dia de Luta; ontem, mais especificamente no último dia 23, ingressou ação na 7ª Vara do Trabalho de Campinas, pleiteando a suspensão da medida que obriga os funcionários que participaram da greve a assinar o referido termo.
Mas, a diretoria do Banco do Brasil, não se limita em perseguir quem fez greve. A ditadura “Dida”, como se autodenomina o presidente Aldemir Bendine, comandante em chefe da atual gestão, descomissiona funcionários a bel-prazer, em nome de “atos de gestão”, proibido pelo próprio governo federal, acionista majoritário do Banco; suspende a posse de concursados sem explicação alguma; corta verba de aprimoramento dos funcionários; não abre o processo eleitoral para escolha do representante dos funcionários no Conselho de Administração do Banco (previsto em lei federal); reduz o quadro de vigilantes diante da crescente onda de assaltos e sequestros de bancários; paga a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), prevista em acordo coletivo, do seu jeito, sem esclarecer ninguém; não respeita a jornada da categoria, que é de seis horas, para comissionados; apenas sinaliza que resolve o problema em janeiro de 2013. Enfim, a atual diretoria é uma ameaça não apenas aos funcionários, mas também à sociedade, aos clientes e usuários.
O Banco é do Brasil. Contamos com seu apoio e compreensão. Essa luta é de todos nós, de todos os cidadãos que acreditam no Brasil.
Sindicato dos Bancários de Campinas