Contraf-CUT critica intenção da Caixa de montar agências em contêineres

A Contraf-CUT critica a intenção da Caixa Econômica Federal de acelerar o seu processo de expansão de agências montando novas unidades em contêineres. A informação foi divulgada na quarta-feira (16) pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Conforme a reportagem, o edital para licitação das primeiras unidades, previstas para inauguração em 2014, deve sair em novembro, segundo o gerente nacional da Caixa responsável pela padronização de processos bancários, Marcelo Atique. “Poderemos inaugurar uma agência em 20 dias”, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, após participar do V Fórum de Inovação e Tecnologia, realizado pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo.

Segundo Atique, porém, a agência instalada em contêineres de dois andares não será definitiva. “Vamos começar o atendimento no contêiner, enquanto preparamos a construção da agência definitiva. Muitas das cidades onde estamos entrando não têm uma estrutura de agência pronta”, afirmou, acrescentando que os serviços nos novos modelos de agência vão ser os mesmos encontrados pelos clientes nos prédios tradicionais.

Insegurança

“Uma agência precisa ser instalada em local adequado, seguro e todo mundo sabe que dentro de contêineres haverá insegurança para bancários, vigilantes, clientes e usuários da Caixa”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

“Embora insuficientes, a Caixa tem investido mais recursos em prevenção contra assaltos do que outros bancos, razão pela qual tem sofrido menos ataques de quadrilhas, segundo informações da imprensa. No entanto, isso pode mudar com agências em contêineres e, principalmente, a Caixa colocará em maior risco a vida das pessoas”, alerta Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

Expansão

O gerente da Caixa, segundo o jornal, evitou dar maiores detalhes sobre o número de agências em contêineres que podem ser inauguradas, mas afirmou que essa estratégia contribuirá para que o banco atinja 5 mil unidades até 2015. No fim de junho, a Caixa contava com 3,8 mil.

Ainda segundo O Estadão, a escolha de quais pontos serão inaugurados em contêineres também vai depender da análise de cada cidade, concluiu Atique. Consultada, a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal não deu mais detalhes sobre o projeto das agências contêineres. É público, no entanto, que o banco tem a meta de subir uma posição no ranking e se tornar uma das três maiores instituições financeiras do País até 2015.

Para Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), a abertura de novas agências é positiva, mas não pode ser feita em locais inseguros, como contêineres. “Queremos a expansão das unidades da Caixa, como forma de fortalecer o papel de banco público e garantir inclusão bancária para milhões de brasileiros. Para isso, defendemos mais contratações de empregados, melhores condições de trabalho e agências seguras para proteger a vida dos trabalhadores e da população”, salienta.

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