(São Paulo) Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira, dia 30, governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), está pressionando o Ministério da Fazenda para abrir uma brecha na nova determinação do órgão que dá liberdade para o trabalhador transferir seu salário para o banco que quiser operar, sem custos.
O Conselho Monetário Nacional anunciou a medida em setembro. O objetivo é aumentar a concorrência e reduzir o custo dos empréstimos. Mas Serra busca tratamento diferenciado para servidores públicos paulistas, de forma que o novo sistema não valesse para a categoria.
“A razão para essa manobra é clara: o Serra quer leiloar as contas dos servidores, com o que pode arrecadar um fortuna estimada em R$ 2 bilhões”, afirma o diretor da Fetec/CUT-SP e funcionário da Nossa Caixa Elias Maalouf.
A partir de janeiro, o banco estadual vai passar a operar mais de 1 milhão de novas contas de servidores públicos herdadas do Santander Banespa. “Com a conta salário, o futuro governador perderia o poder sobre estas contas, que poderiam ir para qualquer banco”.
Plenária
Segundo Elias, foi decidido na plenária desta quarta, dia 29, que representantes de empregados do banco vão procurar Serra para esclarecer a questão. “Queremos saber que banco que o futuro governador quer. O que ele quer fazer com a Nossa Caixa? Na nossa forma de ver, essas declarações são um péssimo sinal, pois acreditamos que o dinheiro do estado deve ficar com o estado”, diz.
Ele ressalta ainda que os trabalhadores reconhecem a importância da competitividade para o banco, mas isso não significa que ele deva sair das mãos do estado. “O PSDB fala em fortalecer a Nossa Caixa, mas como isso vai ser possível se o Serra pretende abrir mão de 1 milhão de contas, o que na prática enfraquece o banco?”, questiona.
Fonte: SEEB SP