Quando Sindicato, bancários e população se unem, a luta por uma sociedade mais justa e igualitária ganha ainda mais força. É exatamente isso que está ocorrendo no Jardim Camargo Novo. Na segunda-feira 23, um grande ato mobilizou empregados, comerciantes e população local contra o fechamento de uma unidade da Caixa no bairro, única agência da região localizada no extremo leste da capital paulista.
> Assine o boletim eletrônico com notícias específicas da Caixa Federal
“Todos sabem o quanto a agência Jardim Camargo Novo é importante para o desenvolvimento local e para os moradores. É um absurdo o governo federal fechar a única agência bancária da região sob a alegada justificativa de que não dá 'lucro'. Lucro para nós também é o fato de um beneficiário de programa social não perder parte do seu benefício para ir até uma agência mais distante. É ver o comércio se desenvolvendo em volta da agência. É a população local ter acesso a uma conta bancária, uma forma de inclusão social”, destaca o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico.
Durante o protesto, moradores e comerciantes destacaram a importância da agência para o Jd. Camargo Novo e bairros próximos.
“Sou moradora do bairro há 20 anos e fundadora de uma cooperativa de reciclagem. Hoje vim aqui em defesa destes trabalhadores. Essa agência tem dado um pouco de dignidade e inclusão social para as pessoas menos favorecidas. É onde a pessoa pode ter um cartão, uma conta poupança. Quando não tinha essa Caixa aqui era uma dificuldade para receber nosso pagamento mensal. Não é justo a pessoa trabalhar o mês todo e ter de gastar para se deslocar para tão longe”, afirmou Dona Fátima, da cooperativa Eco Banco Fênix Agape, localizada a alguns metros da agência. “Não é justo que tirem de nós essa conquista pela qual lutamos tanto, uma conquista do nosso bairro”, acrescentou.
> Cooperativa vê retrocesso em fechamento da Caixa
“Fomos surpreendidos por essa medida do governo federal, de querer fechar a única agência da região. Para nós, é preciso aumentar o número de agências. Ao invés disso, o governo quer fechar. O fechamento vai empurrar vários moradores, vários comerciantes, para a falência. Imagina para os moradores daqui precisarem pegar um ônibus lá para Marechal Tito. É R$ 3,80 para lá, R$ 3,80 para cá. A Caixa é pública. A Caixa é nossa. Não vamos deixar o governo fechar nossa única agência”, enfatizou o morador e liderança comunitária, Euclides Mendes, o Kiko.
> Sindicato e população protestam contra fechamento de agência em Jardim Camargo Novo
Cobrança – O Sindicato já enviou ofício à direção da Caixa reivindicando que a decisão de fechar cerca de 100 agências no município de São Paulo, incluída a unidade do Jd. Camargo Novo, seja revista. No ato, a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, entregou documento a um representante da SR Penha (Superintendência Regional Penha da Caixa) cobrando a permanência do banco público no local.
“O que reivindicamos não é nenhum favor do governo federal. É nosso direito. A Caixa é um bem público, um bem de todos. A questão não são só os empregos dos nossos colegas empregados da Caixa. É também a defesa de uma política de investimento. De investimento na população. O retorno dos nossos impostos. Não concordamos com o fechamento desta agência do Jd. Camargo Novo e com o desmonte da Caixa”, destacou Ivone.
Abraço – O ato foi encerrado com um grande abraço simbólico na agência, que reuniu dirigentes sindicais, lideranças comunitárias locais, moradores e comerciantes.
“Nossa luta pela manutenção da agência Jd. Camargo Novo tornou-se um símbolo da resistência ao desmonte da Caixa, promovido pelo governo Temer. Estamos há vários dias ocupando a frente da agência e já recolhemos mais de 3.600 assinaturas contra o fechamento. O que acontece aqui, essa união entre população e bancários na defesa da Caixa, na luta contra a privatização de um patrimônio de todos, precisa se espalhar por todo o país”, conclui o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.