Sérgio Rosa: um investidor nunca acerta 100%

Alberto Komatsu e Irany Tereza

Paralelo aos acertos finais para a venda do resort Costa do Sauípe e do parque de diversões Hopi Hari, a Previ procura novos investimentos. Nesse sentido, não descarta a possibilidade de participar da futura concessão de aeroportos no Brasil. Foi o que contou o presidente do fundo de pensão, Sérgio Rosa. A seguir, os principais trechos da entrevista em que admite erros da Previ no passado e ingerência política em investimentos, como o resort baiano:

A Previ vai entrar em 2009 saneada?

Primeiro, a gente tem de entender que um investidor nunca acerta 100% dos investimentos. Então existe uma taxa normal de sucesso ou de insucesso. A gente espera ter mais sucesso do que insucesso.

Fechar negócios em momento de crise no mercado vai ser prejudicial?

Eu acho que a crise lá fora é séria. Sempre tem alguma conseqüência, pois não existe descolamento completo do ambiente econômico brasileiro. Nesse caso de vender um Sauípe, quem compra não o faz olhando para essa situação de curto prazo. Olha como um investimento estratégico de longo prazo, que sempre consegue corrigir um pouco essas distorções.

Há interesse em participar da privatização de aeroportos?

Tudo é possível. A gente não exclui a priori nenhum segmento das nossas alternativas de investimento. Tudo é possível. Ainda não existe nenhum modelo para ser analisado nem examinado. Mas não é um segmento para ser excluído.

Qual foi o erro em Sauípe?

Existiu uma concepção equivocada na origem, a de trabalhar operando com três diferentes bandeiras hoteleiras. Ao longo do tempo, percebeu-se que, em vez de aproveitar as vantagens de escala, de tamanho e de sinergia na operação, isso fazia com que, pelo contrário, essas bandeiras hoteleiras concorressem entre si.

Houve ingerência política na opção por investir em Sauípe?

Essa é uma possibilidade. A gente sabe que Sauípe, para o turismo da Bahia, significou o desenvolvimento de uma área absolutamente virgem(…). Para a Bahia, foi um investimento que acabou sendo fundamental, abriu toda uma região para a atividade hoteleira e, com certeza, deve ter ali a percepção política de que foi um investimento muito importante para o Estado.

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