Ato dos bancários no Palácio Guanabara defende PL 3213 sobre Banerj

Comissao de funcionários terá audiência com Sérgio Cabral em setembro

Os funcionários e aposentados do extinto Banerj fizeram na manhã desta quarta-feira, dia 21, um protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro. A manifestação buscou o compromisso de apoio do governador Sérgio Cabral ao Projeto de Lei nº 3213/2010, de autoria do deputado Gilberto Palmares (PT), com co-autoria de Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), que tramita na Alerj.

O PL prevê que os banerjianos que sacaram sua reserva de poupança possam retornar ao fundo, devolvendo os valores sacados com as devidas correções. Os bancários querem a garantia de que o governador não só oriente a bancada governista da Assembleia Legislativa (Alerj) a votar a favor do projeto, mas também de que se comprometa a sancioná-lo.

O objetivo inicial da manifestação foi alcançado: entregar ao governo uma carta explicitando o projeto e marcar uma audiência com o governador. O documento foi apresentado ao chefe de gabinete da Casa Civil, Arthur Vieira Bastos, que acenou com uma data para a reunião.

Ronald Carvalhosa, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, destaca que a vitória ainda não é certa, embora haja espaço para discussão. “Por enquanto, temos o compromisso do governador de nos receber e nos ouvir, mas ainda não temos a garantia de apoio ao projeto. Temos uma sinalização de que devemos ser recebidos pro Sérgio Cabral no início de setembro”, relata Ronald.

Paulo Garcez, diretor da Federação dos Bancários do Rio e do Espírito Santo, que também participou do encontro com o chefe de gabinete da Casa Civil, acrescenta que o governo ainda vai fazer uma avaliação do projeto.

“Ficou claro para nós que o Executivo estadual não tem muitas informações sobre a situação como um todo. Mas já deixamos claro que ninguém vai receber o teto da complementação de aposentadoria previsto na Previ-Banerj, que é de R$ 13 mil. Pelos cálculos que o Sindicato do Rio já fez, o valor médio é bem menor, deve ficar em torno de R$ 2 mil. O documento que entregamos será avaliado por técnicos do governo e, na reunião, o governador já vai ter o resultado deste estudo”, informa Garcez.

Outra ressalva, que foi feita pelos sindicalistas durante a reunião, é de que é possível que muitos bancários não possam devolver os valores à vista e que será necessário um prazo de até 60 meses para parcelamento.

O ato reuniu cerca de 300 pessoas, a maioria vestida de verde, cor-símbolo do extinto banco estadual. Bancários e sindicalistas se reuniram em frente ao palácio com faixas que eram expostas aos motoristas dos carros que paravam no sinal fechado. As falas ressaltavam a importância da mobilização.

O deputado Gilberto Palmares destacou que a luta é justa, embora difícil. “Eu fui funcionário da Embratel e vi como foi o processo de privatização na empresa onde trabalhava. Problemas semelhantes tiveram os funcionários de outras estatais, como o Banerj e o Banespa. Os trabalhadores tiveram muitos prejuízos e este projeto se propõe a recuperar um pouco das perdas que estes bancários tiveram. A aprovação é difícil, mas não podemos desistir de lutar”, destacou, ao microfone, durante o ato.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, veio de São Paulo especialmente para participar do ato por entender a importância do pleito. “Esse projeto resgata a dignidade dos companheiros que dedicaram sua vida a um banco público e que, na hora de desfrutarem de um benefício a que têm direito, foram impedidos. O projeto 3213/2010 iguala em direitos os banerjianos que sacaram sua reserva aos que optaram por congelá-la”, ressalta o sindicalista.

Carlão também saúdou os funcionários do antigo banco estadual por sua força e persistência na luta. “Esta ato mostra a ousadia dos trabalhadores do Banerj, que têm se mantido mobilizados por todos esses anos. Foi a unidade que levou à construção desta possibilidade de reconquistar um direito que lhes foi retirado, devolvendo a chance destes companheiros terem uma aposentadoria digna”, destacou o presidente da Contraf-CUT.

Em dois poderes

O ato desta quarta-feira foi direcionado ao Executivo, mas o parlamento estadual também tem que ser alvo da mobilização dos trabalhadores do Banerj. “Paralelamente à conversa com Cabral, temos que fazer pressão junto aos deputados estaduais, percorrendo gabinetes para conversar e convencê-los a votarem a nosso favor. E, no dia da votação, temos que lotar as galerias da Alerj porque, sem pressão, não vamos vencer”, destaca Ronald Carvalhosa.

Estiveram presentes ao ato representantes dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro e Sul Fluminense, além dos diretores da Federação Edilson Cerqueira, Euclides Neto, Leonice Pereira, Paulo de Tarso e Paulo Garcez.

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