(Rio) O tesoureiro da agência do HSBC em Belford Roxo (RJ) foi seqüestrado na noite da última terça-feira, quando saía do trabalho, em companhia de um dos caixas, a quem daria uma carona. Os bandidos seguiram até a casa do tesoureiro, onde pegaram sua esposa e dois filhos pequenos, de 10 meses e 2 anos, e levaram para um cativeiro, junto com o caixa. O tesoureiro ficou em casa, sob a mira dos seqüestradores, até a manhã de quarta-feira, quando saiu para trabalhar no mesmo horário de sempre. Os seqüestradores usavam capuz, camisas de mangas compridas e luvas, para não serem reconhecidos.
Chegando à agência, o bancário foi obrigado a retirar todo o dinheiro da tesouraria e dos caixas eletrônicos – de R$ 350 a 400 mil, segundo levantamento preliminar – e colocar em caixas, informando ao seu Gerente Administrativo que sairia para levar bobinas de papel para outra agência do banco. Ele saiu da unidade, entregou as caixas com o dinheiro para os bandidos e retornou à agência, aguardando notícias da libertação de sua família e do colega.
Desconfiado, o Gerente Administrativo da agência começou a fazer perguntas ao tesoureiro, que acabou revelando o que havia acontecido. Cerca de uma hora depois da entrega do dinheiro, a esposa do bancário telefonou para a agência. Todos os celulares das vítimas haviam sido levados pelos seqüestradores e a mulher telefonou da primeira casa que encontrou no local onde foi libertada. Como não conseguiu ligar para o celular do marido, ligou para seu local de trabalho. O banco a orientou a seguir para a agência, levando também as crianças.
Cárcere privado
O banco não liberou nem o tesoureiro, nem o caixa, para irem para casa. Eles deveriam permanecer na unidade até que prestassem depoimento na delegacia. A mulher do tesoureiro, ao chegar ao local, também foi impedida de sair. O caixa ficou apenas sentado em uma sala, mas o tesoureiro foi obrigado a fazer a contabilização do dinheiro roubado. As crianças foram mandadas para a casa da avó, mas as três vítimas adultas permaneceram na agência até as 15h, quando, então, foram encaminhadas à Delegacia de Roubos e Furtos, que fica no município do Rio de Janeiro a quase uma hora de carro do local.
O banco enviou pessoal do departamento de assistência social para a unidade, mas não fez a emissão da CAT. Os executivos informaram que o documento seria emitido no momento oportuno, depois de análise do médico do trabalho. Durante todo o tempo, o banco pressionou o tesoureiro a fornecer mais detalhes do assalto, na tentativa de fazê-lo confessar participação no roubo.
Fonte: Feeb RJ/ES