Na primeira rodada de negociações com o BRB, nesta segunda (29), em Brasília, a comissão do banco não trouxe nenhuma novidade ou algo que represente uma apreciação da pauta específica dos trabalhadores. Apenas relataram as impossibilidades sem mencionar as possibilidades de atendimento aos anseios dos funcionários. Ficou agendada uma nova negociação para esta quinta-feira (1º), às 10h.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Daniel de Oliveira, “o banco tem de demonstrar real intenção de negociar, debruçando-se sobre as reivindicações e dando respostas efetivas para cada item.”
O Sindicato alertou ao banco que a pauta é composta por vários itens que trazem ganhos para os bancários com mais ou menos impacto financeiro. “Vários desses itens sequer custo tem. Necessitam apenas de boa vontade negocial para que sejam acatados”, afirmou Daniel.
O Sindicato também voltou a cobrar que o BRB tenha a proposta da Fenaban como parâmetro mínimo para o acordo aditivo, mas o banco não se comprometeu.
PLR
Entre os assuntos discutidos encontra-se a PLR, com a intenção de que seja aplicado o mesmo modelo de distribuição do primeiro semestre para o segundo. O banco, porém, apresentou a proposta esdrúxula de compor uma comissão para negociar o assunto, destinando apenas uma vaga para o Sindicato. Esta proposta representa o desejo do BRB de controlar a comissão, algo impensável. A PLR tem de ser negociada com o Sindicato, que submete a proposta a assembleia dos funcionários para debate e aprovação, ou não.
Aliás, em janeiro, o Sindicato apresentou uma proposta de PLR ao banco que foi discutida em uma comissão organizada pela entidade, formada por gerentes gerais, gerentes de negócio, caixas, escriturários e analistas, com funcionários de agências, TI e DG. O banco simplesmente ignorou a proposta. E agora vem propor a formação de uma comissão controlada por ele. "É um despropósito o banco se arvorar em querer controlar a negociação da PLR. A legislação é clara, e o Sindicato não abrirá mão da prerrogativa de negociar", comenta Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato.
Carta de reivindicações
Cristiano Severo, secretário geral do Sindicato, disse que “foi o conjunto de funcionários do banco, em assembleia, que construiu a carta de reivindicações, pautada pelo bom senso e responsabilidade com a instituição e que, por isso, tem plenas condições de ser atendida”.
O banco não entrou em qualquer ponto da pauta. Apenas argumentou negativamente com relação à atividade de orientador de atendimento. O Sindicato reivindicou que cada agência tenha pelo menos um orientador.
“O número de máquinas de auto-atendimento é um elemento a ser levado em conta para a definição do número de orientadores, mas não pode ser o único. Todas as agências, ainda que tenham quatro terminais ou menos, tem que ter o orientador”, aponta Cristiano.
Melhoria dos benefícios
O banco demonstrou-se pouco sensível com relação à melhoria dos benefícios e, em especial, àqueles relacionados à saúde, alegando dificuldades orçamentárias. O diretor do Sindicato Eustáquio Ribeiro argumentou sobre a necessidade de atendimento ao bancário num momento tão grave como de doença, quando a saúde do trabalhador é prioridade.
Eustáquio defendeu o ressarcimento integral dos gastos com tratamento, ainda que seja necessário o remanejamento orçamentário de outras áreas, como os recursos destinados a festas e patrocínios publicitários sem retorno ao banco.
Ronaldo Lustosa, também diretor do Sindicato, ponderou que o banco deve, antes de falar de cortes ou medidas que prejudiquem os funcionários, fazer levantamento do quanto tem despendido em contratos e aditivos que tanto têm onerado as contas da instituição e, segundo o corpo funcional, não têm trazido benefícios que justifiquem.
Na ocasião, em que também esteve presente o diretor do Sindicato Edson Ivo e o Sindicato reiterou que o GDF não deve exercer qualquer interferência negativa nas discussões de uma empresa que tem dotação orçamentária própria e que contribui para o reforço do tesouro do governo de Brasília.