O plenário do Senado aprovou, na terça-feira (11), o projeto de lei (PLC 38) de "deforma" da legislação trabalhista. Foram 50 votos a favor e 26 contrários, com uma abstenção. A votação foi concluída por volta das 19h50, depois de mais de seis horas de sessão suspensa. O texto, aprovado sem mudanças, vai agora à sanção de Michel Temer.
Em todo o país a aprovação desta reforma foi sentida pelos bancários como um triste fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que teve mais de 100 de seus artigos 'violados' sem o menor pudor apenas para atender aos interesses patronais, os verdadeiros patrocinadores desta reforma imposta pelo governo golpista e por seus aliados corruptos.
Em Rondônia, a sensação é de luto pela aprovação de uma medida que vai apenas retirar direitos dos trabalhadores e os fazer retornar à época da escravidão.
"Vemos com muita tristeza esse que é o pior capítulo de uma novela de intensa perseguição aos direitos dos trabalhadores, direitos estes conquistados durante décadas por meio de muitas lutas, suor e sofrimento. O governo ilegítimo, por meio de seus deputados e senadores corruptos, todos patrocinados pelos poderosos empresários (os maiores interessados nesta reforma), conseguiu, com isso, matar a CLT, e todos nós sabemos que esta reforma, ao contrário do que tanto alardeiam, não vai criar empregos, e sim subempregos, afinal de contas, trabalho intermitente, bicos e situações onde somente o patrão terá poder para 'negociar' diretamente com o trabalhador, nunca foi a solução para o problema do desemprego nem aqui e em nenhum lugar do mundo", avalia José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
O sindicalista também destaca que é este o momento em que a população deve ficar atenta aos nomes dos parlamentares que apoiaram este duro golpe contra os trabalhadores, a exemplo dos senadores rondonienses que votaram a favor da aprovação da reforma e contra os trabalhadores: Ivo Cassol (PP) e Valdir Raupp (PMDB). O senador Acir Gurgacz (PDT) não apareceu para votar.
"Não dá para admitir que a vida e os interesses dos trabalhadores, do povo mais sofrido, mais pobre, sejam decididos por estas pessoas atoladas em escândalos de corrupção e malfeitos, pessoas que são ou tem ligações estreitas com o poderoso ramo patronal. É nesta hora que os eleitores devem marcar os nomes destes políticos, para que na próxima eleição estes nomes sejam extirpados da vida pública para sempre", acrescenta Pinheiro.