O Sindicato dos Bancários do Rio realizou mais um dia de atividades contra a forma discriminatória que o Itaú Unibanco adotou para a distribuição da PLR. A paralisação atingiu cerca de 11 agências do Centro, com a adesão de cerca de mil funcionários. A atividade começou às 7h, retardando o atendimento até o meio dia. Mesmo tendo aumentado substancialmente sua lucratividade de 2008 para 2009, o banco reduziu a PLR de 2,2 salários para 1,8 salário.
Executivos
Esta foi a terceira atividade de paralisação realizada pelo Sindicato, acompanhando o movimento nacional dos funcionários do Itaú Unibanco pelo pagamento justo da PLR. O banco distribuiu bônus generosos para os executivos e acionistas – o dobro em relação ao ano passado. Já os funcionários com salários acima de R$2.836, ou seja, 54% do quadro de pessoal, ficaram sem a PLR cheia. Os acionistas tiveram aumento em seus bônus na ordem de 25% para 33% do lucro líquido ajustado, que passou de R$17 bilhões para R$33 bilhões. Os bônus dos executivos saíram de R$121 milhões em 2008 para R$225 milhões em 2009.
Desvalorização
Além de ter lucrado expressivamente de 2008 para 2009, o banco obteve ainda uma isenção de Imposto de Renda da ordem de R$500 milhões, o que seria mais que suficiente para a empresa pagar a PLR de 2,2 salários, cuja diferença chega a R$32 milhões.
“Os funcionários do Itaú Unibanco estão indignados com a forma de distribuição da PLR adotada pelo banco. Nós nos sentimos altamente desvalorizados, uma vez que cumprimos metas absurdas, desumanas, para elevar o lucro do banco e o que ganhamos em troca é a redução de nossa PLR”, protestou o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Carlos Maurício. O Sindicato vai insistir nas atividades de protesto contra a atitude do banco de não querer ir à mesa de negociação para pagar a diferença da PLR.