Banc rios do BB no Paraguai entram em greve no dia 28

(São Paulo) Os funcionários do Banco do Brasil no Paraguai já fixaram a data para começar a greve por tempo indeterminado no país. A partir do dia 28 de fevereiro, os bancários do BB cruzam os braços para protestar contra as péssimas condições de trabalho e a falta de seriedade da empresa nas negociações com o sindicato paraguaio. Os bancários querem um reajuste salarial de 15%, depois de mais de oito anos de arrocho e aumento zero.

 

“Os colegas do BB no Paraguai estão há quase uma década sem aumento e o Contrato Coletivo está vencido e há mais de um ano e meio. O movimento sindical tenta resolver os impasses em mesa de negociação. Mas o banco não tem debatido com seriedade e até agora não resolveu os problemas dos trabalhadores do país vizinho”, comentou o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques.

 

Enquanto a Contraf tenta fazer o “meio de campo” entre os bancários paraguaios e o BB aqui no Brasil, lá o Sindicato dos Empregados do Banco do Brasil do Paraguai, pediu a intervenção do governo federal para mediar a crise.

 

De acordo com o secretário-geral do sindicato paraguaio, Osmar Marecos, no último dia 7, foi enviado um ofício à direção do Banco do Brasil e ao Ministério do Trabalho e Seguridade Social do Paraguai tentando uma solução pacífica. “Solicitamos uma inspeção laboral do governo e uma reunião tripartite, entre representantes dos trabalhadores, do banco e do Ministério. O governo entrou em contato com o BB e agendou esta reunião tripartite para a próxima quarta-feira, dia 21. Se não houver soluções, uma semana depois, no dia 28, entramos em greve”, explicou Osmar.

 

O dirigente ainda destaca a importância da intervenção da Contraf-CUT. “Os bancários do Brasil sempre foram parceiros e nos ajudaram. Este é um momento decisivo para nós e é importante que nossa luta tenha eco aí. Queremos que os companheiros do Brasil vejam como se comporta o BB fora do seu país, ou seja, não oferece as mínimas condições de ter um emprego digno”, comentou Osmar Marecos.

 

Segundo ele, hoje existe no BB um grande número de funcionários trabalhando em condições precárias e à margem do Contrato Coletivo, especialmente os estagiários que estão abaixo, inclusive, das leis trabalhistas do Paraguai. “Apesar do BB se negar a avançar nas negociações, o banco divulgou balanço com desempenho invejável aqui”, disse Osmar.

 

Retaliação

Com a greve anunciada, o Banco do Brasil já começou seu processo de retaliação no Paraguai. No último dia 12, a empresa enviou um ofício ao Sindicato solicitando a lista atualizada dos dirigentes sindicais, quem tem estabilidade sindical, data de eleição e duração dos mandatos. Antes, o BB já havia enviado uma nota ao sindicalista Osmar Marecos anunciando que o contrato de trabalho dele estava vencido.

 

“O único objetivo do banco com esses ofícios é nos amedrontar e com isso dificultar a greve que estamos organizando. É por causa de posturas com esta do BB que estamos partindo para o movimento paredista. E vamos vencer esta batalha contra a intransigência do BB”, finalizou Osmar.

 

Fonte: Contraf-CUT

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram