(São Paulo) Os bancários do Banco do Brasil no Paraguai adiaram por uma semana a greve geral que estava marcada para esta quarta-feira, dia 28. A mudança de data é mais uma tentativa do movimento sindical paraguaio em resolver os problemas dos funcionários do BB de forma negociada.
“Nossa expectativa é que passado o Carnaval aí no Brasil e mais a ajuda que estamos tendo da Contraf-CUT em intermediar as negociações, o BB melhore a sua proposta e não seja necessário entrarmos em greve” comentou o secretário-geral do Sindicato dos Empregados do Banco do Brasil do Paraguai, Osmar Marecos.
Segundo estudos realizados pelo Sindicato, desde 1998 até agora os bancários do BB no Paraguai acumulam perdas em seus salários que chegam a 70%. Há oito anos sem reajuste algum, os bancários reivindicam 30% de aumento, mas o Banco do Brasil só oferece 5%.
“Esta situação é realmente lamentável. Só nos últimos três anos, o salário mínimo no Paraguai subiu 36% (12% por ano). Mostramos que durante todo o processo tivemos disposição para negociar e fechar um acordo em consenso com o banco. Inclusive, nossa reivindicação inicial era de 30% de reajuste e abrimos mão da metade do nosso pleito, colocando uma contraproposta na mesa de 15% de aumento. Ainda aceitamos parcelar os 15% em três vezes. Mas os administradores do banco disseram que só têm autorização de oferecer os 5%”, explicou Marecos.
Como as discussões com a empresa se encerraram por lá, resta agora a expectativa da negociação com a matriz aqui no Brasil. “Conversamos com a direção do banco e pedimos uma reunião urgente para negociar uma solução para o impasse. Se a competência para solucionar o conflito está com a matriz, aqui no Brasil, então vamos tentar abrir um novo canal de negociação”, explicou Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.
Osmar Marecos diz que a reivindicação dos bancários do BB, se atendida, impactaria em pouco mais de R$ 8 mil dólares por mês nas contas da empresa. “Não é nada para um banco que acabou de anunciar um lucro de mais de R$ 6 bilhões. E a direção ainda diz que o BB é socialmente responsável! Estamos muito entristecidos aqui no Paraguai, mas isso não significa que nosso espírito está para baixo. Pelo contrário, agora estamos com mais forças para a nossa greve”, afirmou Osmar.
Fonte: Contraf-CUT