ARTIGO: Consciˆncia social ‚ nÆo achar normal aberra‡äes capitalistas

Por William Mendes*

Não podemos perder a nossa capacidade de se surpreender e de se indignar com as porcarias oriundas do atual sistema hegemônico dominante: o capitalismo neoliberal.

Vejamos, por exemplo, no setor (IN) produtivo do qual represento os trabalhadores: o ramo financeiro.

– não é normal a empresa e os gestores assediarem moralmente aos colegas e funcionários como se isto fosse parte do contrato de trabalho. Assédio moral é crime e deve ser combatido e denunciado;

 

– não é normal a discriminação feita a nenhum colega por qualquer que seja sua cor, etnia, opção sexual, seja portador de necessidades especiais ou não, seja paulista ou nordestino, seja extrovertido e falador ou tímido e retraído. Com o lucro dos bancos e o excesso de trabalho existente, tem espaço para todos;

 

– não é normal trabalhar de graça, ou seja, os pedidos dos chefes para fazer hora-extra sem receber. Se está sobrando serviço é sinal de falta de funcionários;

 

– não é normal fazer venda casada. Toda vez que os clientes e usuários precisam, de fato, de algum serviço bancário, como empréstimos ou cartões, lá vem o banco empurrando outro produto como um título de capitalização ou seguro para aceitar o pedido do cliente. Não aceite e denuncie;

 

– não é normal os bancos terceirizarem todos os serviços bancários e contratar empresas de quintal e inidôneas para fazer o serviço (com trabalhadores em regime de semi-escravidão e sem direito algum). Sabemos que o que está por trás disso é a ganância dos banqueiros que querem acabar com uma categoria organizada e que se mobiliza para buscar seus direitos e melhores condições de salário e de trabalho;

 

– não é normal os trabalhadores adoecerem por excesso e más condições de trabalho e depois serem descartados pela empresa como se não fossem nada;

 

E, para finalizar, não é normal os bancos informatizarem tudo, trocar a mão-de-obra bancária, que é qualificada e fiel à empresa e clientes, por serviços eletrônicos cobrando tarifa para tudo que é feito e ainda tentar vender a idéia de que o cliente, que acaba trabalhando para o banco, está levando vantagem. É o fim da picada!

 

Responsabilidade social de fato e não retórica

 

O novo país e mundo que estamos buscando é aquele no qual as empresas públicas e privadas enganem menos com as propagandas de fachada (bancos com responsabilidade social? Qual?).

 

No caso do ramo financeiro, a sociedade espera bancos que cobrem spreads condizentes com a economia brasileira, que vem baixando a taxa selic e os riscos há quatro anos sem que os banqueiros reduzam seus ganhos; menor taxa de juros na ponta, ou seja, para os clientes e consumidores; menos tarifas; mais bancários para atender a todos – e não somente aos ricos, mandando os humildes para o correspondente bancário.

 

* William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT

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