Bancos públicos ampliam ainda mais participação nas operações de crédito

O Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os bancos regionais de desenvolvimento ampliam cada vez mais a participação nas operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), e em janeiro último respondiam por 41,6% de todos os empréstimos concedidos pela rede bancária.

O estoque de empréstimos em janeiro somou R$ 1,422 trilhão, equivalentes a 44,6% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, estimadas em R$ 3,189 trilhões no período. O aumento nas operações de crédito foi de 0,7% no mês e de 15,7% em relação a janeiro de 2009, graças ao empenho dos bancos públicos durante a crise financeira mundial deflagrada em setembro de 2008.

A oferta de crédito crescia com todo vigor, até a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, nos Estados Unidos. À época, o Departamento Econômico do Banco Central (BC) divulgou que a expansão do crédito fora de 3,5% naquele mês de setembro, comparado ao mês anterior, e acumulado em 12 meses chegara a 34%. Mais que o dobro do nível de ampliação que se verifica no momento.

Do total, os bancos privados participavam com 44,51%, os bancos públicos com 34,36% e os bancos estrangeiros com 21,12%. De lá para cá os papéis se inverteram. Enquanto os bancos públicos aumentaram sua participação em 7,4 pontos percentuais, para 44,51% da oferta de empréstimos, os bancos privados nacionais e os bancos estrangeiros perderam 4,11% pontos e 3,12 pontos, respectivamente, e sus participações foram reduzidas a 40,4% e 18%.

Nos últimos balanços mensais, elaborados pelo BC, verifica-se que os bancos públicos continuam com ofertas mais fortes de crédito, enquanto os bancos privados nacionais se mantêm com oferta estável e os bancos estrangeiros reduzem cada vez mais as operações de crédito. Este cenário deve ser reafirmado também no Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito, referente a fevereiro, que o BC divulgará na próxima terça-feira (23).

Como a ampliação da oferta de crédito é uma decisão de governo, o BB divulgou ontem (15) que disponibilizou mais R$ 8,2 bilhões para o crédito pessoal de sua clientela, de modo a estimular o consumo e aquecer a economia, a exemplo de operações semelhantes adotadas em maio e em setembro do ano passado, nos valores de R$ 13 bilhões e de R$ 12,7 bilhões, respectivamente.

A decisão é resultado também de um trabalho constante de inteligência que o BB faz em sua base de clientes, como explica o vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global do banco, Ricardo Flores. Ele disse que seleciona clientes com baixo perfil de risco, bom histórico de relacionamento com o banco e propensão ao consumo para ampliar a oferta de crédito.

“É o nosso cadastro positivo interno, e os resultados mostram que a estratégia tem sido vencedora, pois conseguimos fazer com que nossa carteira crescesse nos menores riscos”, afirmou.

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