A Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (FEEB RJ/ES) enviou carta à Federanção Nacional dos Bancos (Fenaban) pedindo à entidade patronal que solicite que o Banco Mercantil do Brasil (BMB) abra um canal de negociação com o movimento sindical.
No documento, Fabiano Júnior, presidente da FEEB RJ/ES destaca que várias entidades – sindicatos do Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a própria Federação – já tentaram diversas vezes marcar uma reunião com a direção do banco, mas os executivos da empresa se recusam a receber os representantes dos trabalhadores.
“A Federação lamenta a intransigência do BMB em não receber o movimento sindical para negociar as demissões destes trabalhadores que dedicaram toda a sua vida ao banco”, protesta o dirigente, na carta. “Muitos hoje sofrem LER/DORT, stress, hipertensão, síndrome do pânico, entre outras doenças adquiridas no local de trabalho. O reconhecimento do banco para com estes trabalhadores é a demissão sumária, de forma desumana e desrespeitosa.”
A única oportunidade de diálogo entre sindicalistas e o BMB foi uma reunião na DRT na última semana. Na ocasião, os representantes do banco deixaram claro que não pretendem voltar atrás nas demissões. Segundo dados do próprio banco, foram dispensados, somente no Rio de Janeiro, 28 bancários. Na base da Federação há cinco dirigentes sindicais que são funcionários do BMB e que já tiveram suas demissões anunciadas. Mesmo os lesionados afastados para tratamento demitidos ainda não tiveram garantia de manutenção de seus empregos, conforme determina a legislação.
No estado do Rio de Janeiro, serão fechadas sete agências na capital e duas no Interior e já foram demitidos 28 bancários. Com o fechamento das agências, que acontece até março, mais trabalhadores perderão seus empregos, entre funcionários do banco e terceirizados. Na capital, serão mantidas, a princípio, quatro agências no Centro. No interior, há ainda mais cinco unidades funcionando: duas na Baixada Fluminense (em Duque de Caxias e Nova Iguaçu), uma em Campos, uma em Macaé e uma no Sul Fluminense (Volta Redonda).
Pedidos de solidariedade e apoio
Foi enviado também um ofício à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetraf-MG) solicitando ajuda da entidade no sentido de buscar o apoio de figuras eminentes da política mineira na abertura de um canal de negociação com o BMB. O documento destaca o impacto da extinção dos postos de trabalho na sociedade e a postura sectária do banco em sequer atender às muitas solicitações de diálogo feitas pelos bancários.
À entidade mineira foi feito o pedido de realização de uma audiência pública com os deputados e vereadores e uma reunião com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, para tratar do assunto. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e a Central Única dos Trabalhadores também irão participar, e o banco será denunciado à Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Se preciso, vamos convocar todos os dirigentes dos sindicatos filiados para uma grande caravana até Belo Horizonte para pressionar o banco”, revela Fabiano.
Denúncia
No dia 30, o Sindicato do Rio de Janeiro protocolou junto ao Ministério Público do Trabalho um pedido de Ajustamento de Conduta contra o BMB. A expectativa é que o MPT entre com denúncia contra o banco.
Fonte: FEEB ES/RJ