Bancários de Catanduva decidem que vai ter greve a partir do dia 6

Os bancos vão levar novamente os bancários à greve. Se a proposta de reajuste rebaixado não mudar, os trabalhadores vão paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da terça-feira, 6 de setembro. Essa foi a decisão da assembleia realizada pelo Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região na noite desta quinta-feira (1), na sede da entidade. Na votação, os trabalhadores postaram-se contrários ao índice de reajuste rebaixado, à falta de proteção aos empregos, perdas na PLR e nos vales, e por melhores condições de trabalho. Houve apenas uma abstenção.

"Os trabalhadores rejeitaram a proposta da Fenaban, apresentada no dia 29, de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário", lamenta o presidente do Sindicato,  Paulo Franco.

Os bancos até tentaram confundir os trabalhadores com mensagens nas suas intranets, somando o abono de R$ 3 mil proposto, ao índice de 6,5%, como se isso significasse aumento real para os salários.

“Mas os trabalhadores não são bobos. Querem reajuste digno para os salários, proteção aos empregos, acabar com o assédio moral, as metas abusivas, a sobrecarga de trabalho. Mas para isso os bancos não apresentaram nada. E recusaram pontos importantes para a categoria como a renovação do vale-cultura, o fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres, o vale-refeição na licença-maternidade”, destaca Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional.

Os eixos centrais da Campanha Nacional 2016 são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.

Luta conjunta – A assembleia dos bancários contou com dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de categorias que fazem campanha neste segundo semestre, como os metalúrgicos, reforçando a luta conjunta contra o rebaixamento dos salários e a retirada de direitos.

“Vivemos um golpe para retirada de direitos e não podemos deixar que isso prevaleça. Para evitar isso, temos de enfrentar os patrões. Vamos fazer a greve dos bancários e construir a greve geral”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Próxima – No dia 5 de setembro, os bancários e bancárias voltam a se reunir em assembleia nos sindicatos para organizar o movimento e ratificar a decisão de greve, caso a Fenaban não apresente propostas que contemplem as reivindicações sociais e econômicas da categoria.
 

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