O Sindicato dos Bancários de Pernambuco conseguiu evitar que, no sábado, dia 3 de dezembro, os funcionários do Banco do Brasil trabalhassem nas agências de Casa Amarela, Cidade Universitária e no prédio da Rio Branco. Desde cedo, os diretores da entidade estavam em frente às unidades, com faixas e panfletos, convidando os bancários a não serem cúmplice desta ilegalidade. Em todos os locais, os trabalhadores foram receptivos e suspenderam as atividades.
A Contraf-CUT orienta que os funcionários neguem imediatamente a convocação feita pelo banco para o trabalho aos sábados. Além disso, que seja apresentada denúncia aos sindicatos, uma vez que é proibido o trabalho aos finais de semana sem negociação prévia com o sindicato e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Na agência da Cidade Universitária, os próprios gerentes, das agências Chesf e CDU, ligaram para alguns funcionários desmarcando a jornada ilegal. O mesmo aconteceu em Casa Amarela, onde apenas a gerente compareceu e desmarcou a atividade.
No prédio da Rio Branco, onde tinham sido convocadas 80 pessoas para o trabalho ilegal, os bancários entenderam o recado do Sindicato e ninguém trabalhou. “Mas é importante que cada um seja o agente de defesa dos seus direitos”, conclama o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix.
Segundo Fabiano, o que ocorre é que Pernambuco está em penúltima colocação no ranking de metas entre os estados. “E o superintendente, sob pressão, quer rasgar a CLT e transferir todo o ônus para os trabalhadores”, diz.
Em âmbito nacional, esta iniciativa ilegal do Banco do Brasil vem sendo chamada de “centrais clandestinas de crédito”, já que não dá qualquer garantia legal para os trabalhadores. “Nossa orientação é, inclusive, para que os bancários que forem chamados para este tipo de trabalho, peçam a convocatória por escrito”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino.
O Sindicato já encaminhou denúncia ao Ministério Público e à Superintendência Regional do Trabalho e está tentando agendar uma reunião com a SRT ainda esta semana. O assunto também já foi levado à Comissão Nacional dos Funcionários do banco, para ser discutida nacionalmente com o BB. “Os trabalhadores não podem aceitar esta ilegalidade nem abrir precedente para que o banco usurpe os direitos conquistados com tanta luta”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.
O recado vale, também, para o interior do estado, de onde o Sindicato tem recebido várias denúncias de convocação para trabalho aos sábados ou mesmo de jornada diária de três horas extras.
