As bancárias e trabalhadoras do ramo financeiro de Rondônia se fizeram representadas por dirigentes e funcionários do Sindicato (SEEB-RO), na manhã desta quinta-feira, 08 de março, no ato público promovido por sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais para celebrar o Dia Internacional da Mulher.
O manifesto começou com concentração em frente ao prédio da Eletrobrás Rondônia, e depois saiu em marcha pelas principais ruas do Centro de Porto Velho, com homens, mulheres e idosos chamando a atenção da sociedade para a necessidade do combate a qualquer forma de preconceito, discriminação e violência contra a mulher, bem como pela luta permanente contra as iniciativas do governo federal – e seus patrocinadores e aliados – em retirar direitos trabalhistas e previdenciários.
Uma das maiores bandeiras do movimento – que aconteceu simultaneamente em todo o país – foi o combate às taxas de feminicídio, estarrecedoras segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta o Brasil como o país com a quinta maior taxa de mortes de mulheres do mundo: 4,8 para cada 100.000 mulheres.
"Mas não estamos nas ruas apenas lutando pela nossa vida, pela nossa segurança, mas também pela nossa valorização profissional e pelo fim do preconceito no mercado e nas relações de trabalho, como ficou comprovado, novamente, através de estudo do IBGE divulgado na quarta feira, que mostra que, apesar de serem mais escolarizadas, as mulheres recebem, em média, cerca de 3/4 do valor pago aos homens. Além disso, dedicam 73% mais horas do que os homens aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos. E tem ainda a triste realidade mostrada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho no dia 2 de fevereiro, que confirma a diferenciação de gênero feita pelos bancos no Brasil. As 1.283 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2018 receberam, valor correspondente a apenas 71,8% da remuneração média auferida pelos 1.316 homens contratados no período. Nas demissões a desigualdade também é gritante, já que das 991 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.649,80, o que representou 76,3% da remuneração média dos 956 homens desligados dos bancos no período.
Sabemos que desde que nos foi permitida a luta, há muito tempo atrás, tivemos avanços e conquistas, mas ainda estamos muito distantes de um respeito e igualdade que realmente queremos e merecemos", destaca Ivone Colombo, diretora de Saúde do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).