Bancários de Mato Grosso protestam contra prática antissindical do Santander

O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT) realizou um ato na manhã dessa terça-feira 3 em frente à agência Santander, em Cuiabá, como protesto contra as práticas antissindicais do banco no Brasil e no mundo. Com faixas e som, os diretores do Seeb-MT estiveram em frente à agência distribuindo carta aberta e dialogando com a população.

“Nosso protesto é a resposta contra as ações que o Banco vem tomando em desrespeito aos trabalhadores. As medidas antissindicais não podem continuar nem colocar em risco nossas ações sindicais em favor dos bancários. Um banco que lucrou mais de R$ 3,529 bilhões no primeiro semestre não pode usar medidas que vão contra os principais responsáveis pelos lucros, que são os bancários”, afirma o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva.

Durante conversa com os funcionários do Santander, o Seeb-MT apresentou os motivos do protesto e divulgou a Campanha Nacional 2010 frisando a importância de todos participarem das ações sindicais para garantir a Campanha deste ano. Além da agência Santander Centro, o Sindicato fez panfletagem na agência Real e explicou as razões da ação de hoje.

Confira a carta aberta que foi distribuída para a população:

BANCÁRIOS PROTESTAM CONTRA
PRÁTICAS ANTISSINDICAIS DO SANTANDER

Os bancários realizam manifestações nesta terça-feira, dia 3 de agosto, em protesto contra as práticas antissindicais do Santander. Em vez de acabar com esses tais procedimentos, o banco espanhol apela cada vez mais para medidas que atacam a organização dos trabalhadores.

Nos últimos anos, o Santander tem abusado no ajuizamento de ações contra os sindicatos, buscando o interdito proibitório, a fim de impedir o exercício do direito constitucional de greve. Além disso, várias agências têm chamado a repressão policial para evitar a ação de piquetes dos grevistas.

Em 2009, durante ato legítimo e pacífico dos bancários, dois dirigentes sindicais foram levados para uma delegacia em São Paulo, onde prestaram depoimento e liberados, após abertura de inquérito policial. Agora, o Ministério Público sugeriu “a suspensão do processo, por dois anos, sob a condição de que os denunciados, durante tal período, compareçam mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades, bem como prestem, nos primeiros três meses de suspensão, seis horas de serviços à comunidade”. Pode?

Outro exemplo ocorreu há duas semanas, também envolvendo o Santander mas, desta vez, acompanhado do Bradesco e da empresa terceirizada Fidelity. Um diretor da Contraf-CUT e cipeiro eleito, que por isso tem estabilidade no emprego, foi demitido pela Fidelity. Na dispensa, o representante da empresa afirmou que a demissão era de comum acordo com os dois bancos, principais contratantes da terceirizada.

Nos Estados Unidos, o Sovereign Bank, adquirido em 2009 pelo Santander, demitiu recentemente funcionários que estavam organizando a criação de um sindicato. Uma missão internacional da UNI Sindicato Global foi em julho até Boston, onde tentou se reunir com o presidente do banco, Gabriel Jaramillo, para discutir a reversão das demissões e o direito de sindicalização, mas não foi recebida.

Em março deste ano, a UNI lançou uma campanha mundial por um acordo marco global com o Santander, em São Paulo, como o objetivo de garantir direitos fundamentais para os trabalhadores em todos os países onde atua, como o direito à sindicalização e à negociação coletiva. Entretanto, o banco se recusa a abrir negociações, mantendo, assim, tratamento desigual para quem trabalha na Espanha e noutras partes do mundo.

As práticas antissindicais significam enorme desrespeito aos trabalhadores, principais responsáveis pelos ganhos do Santander. No primeiro semestre deste ano, o banco lucrou R$ 3,529 bilhões, um crescimento de 44,3% em relação aos R$ 2,445 bilhões da primeira metade do ano passado.

Com isso, o Brasil já tem o mesmo peso que a Espanha na geração de lucro para o Santander, o equivalente a 22% dos ganhos mundiais do grupo e a mesma fatia da matriz espanhola.

Por isso, os bancários exigem respeito e dignidade. A organização sindical não pode ter ingerência patronal e o direto de sindicalização precisa ser garantido sem retaliações, repressão ou discriminação. Basta de práticas antissindicais!

Outro Santander é preciso, com as pessoas em primeiro lugar.

Contraf-CUT, Sindicatos e Federações de Bancários

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