(São Paulo) O Unibanco demitiu no dia 13 de agosto uma funcionária que dedicou 15 anos de sua vida à empresa, sob o argumento de “baixa performance”. A bancária adquiriu a doença ocupacional LER/Dort durante o exercício da profissão. Apesar de sentir dores, nunca procurou médicos “por medo de ser demitida”. De acordo com a trabalhadora, sua avaliação profissional sempre foi satisfatória, mas de uma hora para outra foi surpreendida com uma nota C, que significa insatisfatória. “Em nenhum momento o banco explicou os critérios para me conceder uma nota insatisfatória”, afirma a bancária, que não quer se identificar.
A funcionária denuncia, ainda, constrangimento na hora do exame demissional. Depois de informada da demissão, a bancária recorreu a um médico que diagnosticou a doença ocupacional LER/Dort. Apesar de ter apresentado esses exames, ela foi considerada apta pela médica do banco, que afirmou que a bancária não tinha nada. “Confesso que errei ao não procurar um tratamento quando sentia dores, mas tinha objetivo de crescer no banco e medo de ser demitida”, desabafa. A médica desconsiderou os exames e, diante da recusa da bancária em assinar o atestado de saúde ocupacional, pediu para duas testemunhas que não presenciaram o exame assinarem o documento. “Já pedi abertura de sindicância junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) contra essa médica”, relata a trabalhadora.
O diretor do Sindicato e funcionário do banco Carlos Damarindo faz um alerta para os bancários sobre a importância de cuidar da saúde. “O caso dessa funcionária é típico de bancários que se dedicam e esquecem de cuidar da saúde. Os banqueiros não estão nem aí pra saúde dos funcionários e nem para histórico profissional, demitem como se fossemos números. Portanto, é importante que os trabalhadores, a qualquer sinal de problema saúde, procurem um tratamento e façam valer os seus direitos”, avisa o dirigente sindical.
Fonte: Carlos Fernandes – Seeb SP