O Itaú demitiu uma funcionária, com 5 anos de banco, que trabalhava na agência da Praça Washington Luís, em Macaé (RJ). Na semana passada a funcionária recebeu um comunicado de dispensa, após retornar de licença-maternidade. "Na justificativa o banco informa que a mesma teria sido avaliada negativamente no programa "trilhas" (programa semestral de resultados). Ora, como isso é possível, se a mesma estava de licença-maternidade? " questionou Wagner Figueiredo, presidente do Sindicato Bancários de Macaé e Região.
Em protesto pela demissão da bancária, o sindicato realizou na terça-feira (12) pela manhã uma manifestação na porta da agência onde a mesma trabalhava, retardando o início do expediente em uma hora.
A bancária se encaixa na estatística de brasileiras demitidas após a licença-maternidade. O estudo “Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil” realizado pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que pelo menos metade das brasileiras foram demitidas em até dois anos depois de retornar da licença-maternidade. Realizada com um universo de 247 mil mães, com idade entre 25 e 35 anos, o estudo aponta também que, após seis meses de estabilidade, a probabilidade de demissão de mulheres que acabaram de se tornar mães é de 10%. Ainda segundo o estudo, a maioria das entrevistadas aponta que as demissões são consequência do preconceito e do machismo no ambiente de trabalho, além do fato de que a maioria dos chefes são homens.
Outra hipótese mencionada em relação ao estudo tem relação com o custo para empresas. "Quando a mulher volta a trabalhar, tem que deixar o filho na creche, pode se atrasar. Vai precisar amamentar, levar o filho ao médico. A empresa vê isso como um problema". Isso significa que, para o empresário, aquela mulher passa a produzir menos, então, custa mais caro.