Valeu a pressão da plenária de cerca de 80 dirigentes sindicais do Santander e Real de todo Brasil, coordenada pela Contraf-CUT na última quarta-feira, dia 15, em São Paulo. Na ocasião, os bancários repudiaram o desrespeito e a prática anti-sindical do banco, como revela o descumprimento do termo de compromisso do Banesprev, assinado no dia 30 de março. Na sexta-feira, dia 17, o Santander recuou e enviou carta para a Contraf-CUT e outras entidades, solicitando a indicação dos nomes dos sindicatos que participarão do Grupo de Trabalho (GT) do Banesprev.
“A resposta do Santander, fruto da indignação dos dirigentes sindicais, é positiva e esperemos que seja a primeira de uma série de medidas do banco para mudar a sua relação com o movimento sindical”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
“O cumprimento dos aditivos e compromissos firmados é fundamental para restabelecer uma conduta de respeito aos direitos dos trabalhadores e à representação das entidades sindicais”, reforça a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.
Entenda o caso
O Banesprev marcou uma assembléia geral extraordinária para o próximo dia 1º de agosto, em São Paulo , para alterar os estatutos, apresentando uma série de propostas de mudanças e adequações. Há avanços importantes, como a possibilidade de eleição de aposentados para diretores financeiro e administrativo e conselheiros deliberativos e fiscais.
Entretanto, há vários pontos negativos na proposta do Banesprev, como a implantação do voto pelo correio e nova composição da comissão eleitoral. O presidente da Afubesp, Paulo Salvador, defende o voto eletrônico, a exemplo de outros fundos de pensão, como a Previ e a Funcef.
O termo de compromisso do Banesprev prevê a instalação de um GT em até quatro meses, de composição paritária, para discutir a reestruturação do fundo de pensão.
Na plenária, os dirigentes sindicais reafirmaram a necessidade de fazer o Santander cumprir o acordo e fixaram um prazo até o dia 17 para que o banco instalasse o GT, “Não cumprir o que foi assinado é um retrocesso e significa um precedente inaceitável para funcionários e aposentados”, disse o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Mário Raia.
Além disso, os representantes dos bancários decidiram enviar, nos próximos dias, um documento ao presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa, com cópia ao presidente mundial Emílio Botín, cobrando respeito aos direitos dos trabalhadores e negociações com as entidades sindicais.
A Contraf-CUT, em conjunto com as demais entidades, pretende encaminhar nesta segunda-feira, dia 20, a relação dos indicados para o GT do Banesprev.
Cabesp
O Santander também enviou carta pedindo a indicação dos nomes dos sindicatos para o GT da Cabesp, conforme estabelece igualmente termo de compromisso assinado com o banco, no dia 30 de março. Os representantes das entidades serão informados ao banco nos próximos dias.