Os Bancários da Paraíba realizaram, na manhã desta quarta-feira (31), protestos em sete agências do Banco Santander, em João Pessoa – Varadouro, General Osório, Praça 1817, Retão de Manaíra, Cruz das Armas, Tambaú e Selecta – Epitácio Pessoa. O evento foi contra a antecipação da reforma trabalhista, de forma unilateral, para prejudicar os trabalhadores, desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), vigente até 31 de agosto.
Alvo dos protestos, o Banco espanhol, que lucrou em 2017 mais de R$ 9,95 bilhões, quer implementar uma série de medidas para retirar direitos e precarizar ainda mais o atendimento aos clientes e usuários.
No dia 20 de dezembro, o banco já havia sido alvo de protestos devido a adoção de medidas arbitrárias, em que o banco informou a alteração do dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, e os meses de pagamento do 13º salário, antes março e novembro, agora passam a ser maio e dezembro, sem dialogar com seus funcionários.
Para o presidente do Sindicato, Marcelo Alves, a categoria bancária precisa estar atenta a essas medidas. “Apesar de possuir um dos maiores lucros do sistema financeiro, o banco não mede esforços para retirar direitos e prejudicar seus funcionários com decisões que desrespeitam os trabalhadores e a sua organização, o que se configura como prática antissindical que o banco vem aplicando repetidamente, em nome do lucro pelo lucro, como reza a cartilha de Michel Temer e sua quadrilha”, desabafou.
Os trabalhadores também sofrem com os aumentos abusivos do plano de saúde, que tem causado dificuldades para muitos deles bancarem os custos. Outro problema constante no banco é o grande número de demissões. Nos últimos dias, o banco dispensou 200 funcionários. “Não bastasse tudo isso, o banco já informou que vai aplicar o parcelamento das férias. Que ninguém se iluda que esse parcelamento será negociado. Como podemos ver, negociação não é uma característica do banco”, completou o dirigente sindical da Contraf-CUT, Mario Raia.
Hora de mobilizar
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários tem vigência até 31 de agosto de 2018. No Santander há também um Acordo Aditivo. “Se não reagirmos a esse ataque agora, assim que terminar a vigência do acordo e da CCT, podem ter certeza de que o banco espanhol vai cortar todos os direitos dos trabalhadores que a nova lei trabalhista lhe permite. Ou cruzamos os braços agora ou vai piorar depois”, disse Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.