As agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco do Nordeste do centro do Recife receberam, na quarta-feira (20), a campanha do Sindicato dos Bancários de Pernambuco contra o desmonte dos bancos públicos. Com esta atividade, o Sindicato soma 20 agências públicas contempladas neste mês de setembro.
Os empregados e a sociedade de um modo geral foram alertados sobre a ameaça da política de privatização imposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. A caravana “Se é público, é para todos” percorreu cinco unidades bancárias, localizadas nas avenidas Conde da Boa Vista, Guararapes e Dantas Barreto, distribuindo panfletos que tratam sobre o papel social desempenhado pelos bancos públicos.
Na oportunidade, a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, falou sobre a articulação política feita pela entidade para garantir apoio a campanha. “Ainda existem parlamentares que entendem que os bancos públicos são importantes para o país. Por isso, conseguimos implementar uma Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos no Senado e que agora chega em Pernambuco”, anunciou.
Entre os impactos da privatização, os diretores citaram a substituição de empregados por terceirizados; o aumento das taxas de juros para concessão de linhas de crédito, que não mais atenderão os micro e pequenos empresários e a agricultura familiar; e o fim de programas sociais voltados para a população mais pobre do país.
“Se a Caixa for privatizada, não poderemos realizar o sonho da casa própria, os nossos filhos não vão conseguir o crédito estudantil para se formar e conseguir um emprego. Retiraram do Nordeste a gerência do FGTS e levaram para o Sudeste. Porque o que eles querem é que os nordestinos voltem a pedir esmola. Mas, nós não vamos deixar eles roubarem a nossa dignidade”, disse à população a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
De acordo com a direção do Sindicato, recentemente, a entidade tomou conhecimento sobre a realização de estudo que prevê a incorporação do Banco do Nordeste ao Banco do Brasil, banco este que, por sua vez, está passando por uma auditoria feita por uma empresa ligada ao Itaú.
“Eu sou funcionário do Itaú e posso dizer que o banco privado só se preocupa com o lucro. Clientes com baixa renda não interessam ao banco, porque a meta é vender produtos e cobrar taxas de juros abusivas. Então, a privatização dos bancos públicos será é uma realidade que eu não quero para o Brasil”, esclareceu o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino.
A população e os empregados dos bancos públicos foram convocados para um grande ato em defesa dos bancos públicos, programado para o dia 29 de outubro, na praia de Boa Viagem. “Se vocês não participarem junto com o Sindicato das mobilizações, esse banco será privatizado. É a hora de quem nunca participou de um ato ou nunca fez uma greve ir às ruas”, concluiu o diretor Cléber Rocha.
