Um milhão de europeus perderam emprego nos últimos 6 meses, diz OIT

As condições do emprego na União Europeia continuam se deteriorando, segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta segunda-feira (8) que mostra que um milhão de pessoas perderam seus postos de trabalho apenas nos últimos seis meses.

Embora o ritmo de aumento do desemprego tenha se desacelerado no período 2010-2011, a perda de postos voltou a disparar “e não há sinais de melhora”, informou a organização, que realiza hoje em Oslo sua nona reunião regional europeia.

“Agora há mais de dez milhões de desempregados adicionais na Europa com relação ao início da crise (2007), e os jovens e trabalhadores menos capacitados são os mais atingidos”, disse a OIT ao publicar seus números mais recentes sobre a situação do emprego na Europa.

Esta tendência negativa coincide com a aplicação das medidas de rigor fiscal nos países que mais estão sofrendo os efeitos da crise econômica na Europa.

Apenas em cinco países – Áustria, Alemanha, Hungria, Luxemburgo e Malta – dos 27 que formam o espaço comunitário há taxas de emprego acima dos níveis prévios à crise.

Por outro lado, Grécia, Chipre, Espanha e Portugal viram cair em mais de 3% suas taxas de emprego nos dois últimos anos.

Segundo a OIT, “o desemprego a longo prazo está se transformando em um problema estrutural para muitos países europeus”, e em 19 deles “mais de 40% das pessoas sem trabalho são consideradas desempregados de longo prazo, o que significa que estão fora do mercado de trabalho por mais de um ano”.

Esta situação aumentou consideravelmente as possibilidades de convulsões sociais, acrescentou a agência técnica das Nações Unidas.

Com a evidência de 26 milhões de europeus sem emprego, a OIT insistiu quanto à urgência de mudança nas atuais políticas de austeridade por outras focadas na criação de empregos.

Entre propostas da OIT há a de resolver os problemas relacionados ao setor financeiro, que esteve no epicentro da crise, e cuja falta de solução está fazendo com que as pequenas e médias empresas não tenham um acesso adequado ao crédito.

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