Pela primeira vez em sua história a UNI Finanças elegeu alguém de fora da Europa e uma mulher para presidir a entidade, que representa mais de 3 milhões de trabalhadores de 237 sindicatos do setor financeiro no mundo. A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, foi eleita durante a 4ª Conferência Mundial da UNI Finanças em Antalya, na Turquia, que reuniu, entre os dias 22 e 23 de outubro, 136 delegados e delegadas, representantes de 86 sindicatos afiliados de 65 países. A UNI Global Union é o sindicato global do setor de serviços e a UNI Mundial Finanças reúne os sindicatos do setor financeiro e de seguros.
Em seu discurso já como presidenta da entidade, Rita Berlofa agredeceu o trabalho realizado por Edgardo Ioio, presidente anterior e elencou suas principais propostas para a nova e gestão. Ressaltou a importante tarefa de lutar incessantemente pela igualdade de gênero e citou o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.
“Nunca vimos tanta acumulação de riqueza e de injustiça, numa globalização manipulada por interesses poderosos que necessita ser enfrentada com unidade pelos trabalhadores. Se o capital financeiro não tem Pátria, não tem bandeira e nem se senta nas Nações Unidas, precisamos que os que têm Pátria defendam a vida, defendam o mundo da liberdade e da esperança. A única luta que se perde é a que se abandona. Não se pode viver sem esperança”, afirmou Rita. Também foi realizada e eleição para vice-presidências e Comitê executivo mundial.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, destacou na Conferência as ameaças ao processo democrático que o Brasil vem sofrendo e disse que “neste momento está se construindo um golpe no Brasil com uma campanha de injúria e difamação feita pela imprensa contra partido, contra a CUT e contra o governo, mas que o movimento sindical não vai ficar olhando sem nenhuma reação. Não é para defender o governo, mas para defender a democracia”, concluiu Vagner.
Novos desafios
Com o mote “Finanças Responsáveis – Mundo Sutentável”, a 4ª Conferência Mundial da UNI Finanças abordou temas como:
-Desenvolvimento de um Sistema Financeiro Sustentável sobre aspectos como sustentabilidade, melhores empregos, assessoramento financeiro e participação.
– Novo Marco Regulatório – Mudar as regras do jogo. A mesa debateu os sete anos após o início da crise financeira e como o mundo segue enfrentando uma das mudanças vividas mais importantes. O setor financeiro se viu obrigado a criar um novo marco normativo que não necessariamente se ajusta às necessidades da sociedade. Os sindicatos foram chamados a analisar seus novos desafios diante da implementação de novos modelos de regulação.
– Organização e Multinacionais. Os dirigentes sindicais discutiram como desenvolver sindicatos fortes para combater as desigualdades e melhorar os salários.
– O caminho para melhores relações laborais, a negociação coletiva e os acordos marco globais também foram debatidos. Os trabalhadores avaliaram como a negociação coletiva pode ajudar a abordar os efeitos da crise e também a revisar acordos firmados na atual gestão.
Além de Rita Berlofa e Vagner Freitas, também participaram da Conferência o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson Lopes e o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mario Raia.
O secretário da Contraf-CUT falou na Conferência sobre a aplicação do Acordo Marco com o Banco Itaú na América Latina, que assegura vários direitos aos funcionários do banco. “Mas, todos nós sabemos que, além da assinatura de um Acordo Marco Global é preciso trabalhar intensivamente na sua divulgação e implementação. Seguimos agora com esta tarefa”, finalizou Mario Raia.
Apoio e moções
A Conferência aprovou também uma moção de apoio à greve dos bancários no Brasil, além de outras quatro:
1) Pacto Social para um setor financeiro sustentável.
2) O marco de planificação estratégica da UNI Finanças
3) Emendas ao Programa de UNI Finanças
4) Uni Finanças nas ruas.
Clique aqui para ler a moção de apoio aos bancários