O assessor econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, já indicado para o Ministério da Fazenda, afirmou nesta terça-feira (30) que a reforma da Previdência deverá ser a primeira ação do governo na economia. Segundo ele, essa é a reforma “mais importante e a mais rápida”, porque o foco inicial do novo governo é o controle dos gastos públicos.
Guedes, que falou com jornalistas depois de reunião realizada no Rio de Janeiro, para discutir como será o trabalho de transição, deu a entender que pretende apoiar a reforma proposta por Michel Temer, que não conseguiu apoio do Congresso Nacional para as mudanças que praticamente acabam com o sonho de aposentadoria de milhões de trabalhadores.
Sobre o projeto de privatização das estatais, o futuro ministro da Fazenda afirmou que será um processo mais “devagar”, que será feito “ao longo do tempo", mas não falou sobre prazo.
O que é ruim pode piorar
O presidente eleito, segundo Guedes, pretende avançar em uma mudança maior ainda na Previdência brasileira. A proposta deles é adotar o regime de capitalização, no qual os trabalhadores só recebem os benefícios se fizerem uma espécie de poupança.
Quem não poupar porque não conseguiu, está desempregado ou trabalhando sem carteira assinada ou por conta própria, ganhando menos, número cada vez maior de brasileiros, segundo pesquisa do IBGE divulgada nesta terça-feira, nunca se aposentará.
O sistema de capitalização foi adotado no Chile na década de 1980 e arruinou tanto os trabalhadores e trabalhadoras do país, que o atual governo está estudando mudanças para que seus idosos não morram à míngua.