Congresso da OIT discute locais de trabalho mais seguros e saudáveis

Istambul, a maior cidade da Turquia, foi escolhida para a realização do 19º Congresso sobre Segurança e Saúde no Trabalho, com a presença de 3 mil pessoas, entre especialistas, empresários, sindicalistas e autoridades de mais de 100 países. O evento é de responsabilidade da Organização Internacional do Trabalho (OIT) conjuntamente com a Associação Internacional de Seguridade Social (AISS). O congresso começou no domingo, dia 11, e termina nesta quinta-feira, dia 15. Na pauta “novos desafios num mundo em contínua transformação e em recuperação econômica desigual”, principalmente após as crises financeiras dos últimos anos.

Clique aqui para saber mais sobre o evento da OIT.

Durante as plenárias discutiu-se os avanços sobre o que foi estabelecido na Declaração de Seul, sede do último encontro global, em 2008. Na ocasião os signatários se comprometeram a “tomar a iniciativa na promoção de uma cultura em matéria de segurança e saúde e a dar prioridades nas agendas nacionais”.

Mortes e acidentes

Durante o congresso na Turquia foi divulgado levantamento sobre a saúde dos trabalhadores, comparando os números dos anos de 2003 e 2008. Nesse último, mais de 321 mil trabalhadores morreram vítimas de acidentes de trabalho e outros dois milhões faleceram por doenças adquiridas no trabalho no mesmo período. Em comparação ao ano de 2003, o número de mortes reduziu em 37 mil e das doenças que levaram ao falecimento aumentaram em 70 mil.

O estudo mostrou ainda que no período analisado houve uma média de 6,3 mil mortes diárias relacionadas às atividades profissionais e 850 mil pessoas sofreram lesões diariamente e foram afastadas por quatro ou mais dias no trabalho.

O relatório revela também que fatores psicológicos, como tensão, assédio e violência no trabalho – tão comum à atividade bancária – têm impacto importante sobre a saúde dos trabalhadores. O documento diz que esses fatores tendem a ser mais significativos à medida em que o trabalho se torna mais precário para alguns trabalhadores.

Para o diretor geral da OIT, Juan Somavia, apesar do reflexo midiático em acidentes como na mina de San Juan, no Chile (onde 33 mineiros foram soterrados) e o acidente nuclear de Fukushima, no Japão, “a maioria das lesões, enfermidades e mortes relacionadas com o trabalho passam despercebidas e não se informa sobre elas. Os trabalhadores e suas famílias ficam desprotegidos e sem ajuda para fazer frente a essas situações”.

Após o fechamento do Congresso será redigido um documento, a exemplo do que houve em Seul, com as diretrizes para os próximos anos.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram