(Rio) Numa ação rápida e bem planejada, quatro homens assaltaram a agência do ABN Real em Icaraí, bairro nobre de Niterói, por volta de 11:20 da última segunda-feira. Dois entraram normalmente na agência, um ficou dando cobertura do lado de fora e um quarto homem entrou armado e distribuiu o pequeno arsenal entre os membros da lista. Ele foi barrado na porta giratória por estar levando duas armas, mas o vigilante liberou seu acesso depois que ele mostrou identificação de policial. Assim que entrou, o bandido tomou a arma do vigilante que estava perto da porta. Em seguida, ele e os outros dois que já estavam na unidade partiram para cima do segundo vigilante, que ofereceu resistência e não entregou seu revolver imediatamente. Pressionado pela arma apontada para sua boca, o guarda se rendeu. Segundo informações do jornal O Fluminense, além dos dois revolveres calibre 38, os ladrões levaram também o colete à prova de balas de um dos seguranças.
Em seguida, os ladrões ordenaram que clientes e funcionários se dirigissem para o fundo da agência. Os assaltantes não ficaram nem cinco minutos dentro da agência. Após pegarem o dinheiro, fugiram sem deixar pistas. Como estavam na parte de trás das dependências, os funcionários sequer perceberam se a fuga foi de motocicleta ou de carro. A agência fica num local movimentado, mas toda a ação foi realizada sem que os assaltantes chamassem a atenção dos moradores ou passantes. Somente depois da fuga dos ladrões a Gerente Operacional da agência pôde comunicar-se com a polícia, que demorou para atender ao chamado e tomar depoimentos.
Temporizador atrapalha segurança
O dinheiro levado – estima-se que tenham sido roubados R$ 100 mil – estava próximo ao balcão de atendimento ao público. A imprensa local atribuiu o fato a um descuido da gerência e da tesouraria do banco. Mas o Sindicato dos Bancários de Niterói enviou ao local o diretor Paulo Celso Macedo, que ouviu da Gerente Operacional a explicação: como o ABN Real usa cofre com temporizador, que só abre em horários programados, foi preciso retirar com antecedência o numerário que seria usado para abastecer os caixas eletrônicos. Mesmo assim, o tesoureiro e a G. O. disseram ao dirigente sindical que temem receber advertências pelo fato.
Direitos trabalhistas
O ABN Real não se pronunciou sobre a emissão do CAT para os funcionários da agência assaltada. Mas isto não chega a ser uma surpresa, porque o banco costuma não emitir CAT, mesmo nos casos mais graves.
Abuso de poder
Há alguns meses, o vigilante de uma agência do Itaú em São Gonçalo, base do Seeb-Niterói, foi preso por um PM que tentou entrar armado na unidade. Mesmo que seja proibido o uso e o porte de armas dentro de agências bancárias, o que se vê é que policiais sempre conseguem intimidar o vigilante para fazê-lo permitir a entrada.
Já é de casa
De acordo com a polícia, o assaltante que se passou por policial foi reconhecido como o mesmo que participou do assalto a uma agência do Itaú que fica na mesma rua, em março. Na ocasião, a estratégia foi usar um bandido caracterizado como carteiro e levando armas para os demais em sua bolsa, onde deveria haver correspondência. Ele foi liberado da porta giratória e entregou as armas aos comparsas que estavam na unidade. Na ocasião, o montante levado foi de cerca de R$ 20 mil.
Fonte: Feeb RJ/ES