Caja Madrid e seis bancos de poupança criam maior banco de varejo na Espanha

Financial Times
Victor Mallet

A Caja Madrid e seis bancos de poupança menores da Espanha vão unir todas as suas operações bancárias de varejo em uma nova instituição que será a maior de varejo do país. É a segunda movimentação em dois dias de bancos de capital fechado para lançar grandes bancos de varejo e consolidar o fragmentado setor financeiro espanhol.

Quando as sete “cajas” fizeram o anúncio, na sexta-feira, sobre o Banco Financiero y de Ahorros, os mercados ainda estavam digerindo o plano anunciado na noite de quinta-feira pela La Caixa, o banco de poupança de Barcelona, para o lançamento de um banco com ações em bolsa de valores avaliado em ? 20,6 bilhões (US$ 28 bilhões).

O governo espanhol ameaçou na semana passada nacionalizar os bancos de poupança mais fracos que não conseguissem encontrar investidores no setor privado e capital novo até setembro, dando assim um novo ímpeto a uma rodada de fusões que já reduziu o número de cajas de 45 para 17.

A Caja Madrid e seus sócios, que incluem a Bancaja e bancos de poupança das ilhas Canárias e de Rioja, no norte da Espanha, vão direcionar todos os ativos de varejo e obrigações para o novo banco, mas cada um vai administrar os negócios em suas próprias áreas. “Desta maneira, o novo grupo vai funcionar como uma única entidade, fazendo dele o terceiro maior do país, com ? 340 bilhões em ativos, e o maior em volume de negócios de banco comercial e banco corporativo”, disseram as instituições.

Elas não informaram se a intenção é listar o banco, mas banqueiros disseram que esta é uma das maneiras que a associação liderada pela Caja Madrid teria para levantar o capital de que vai precisar para atender os padrões rígidos estabelecidos pela Espanha e pelas regras de adequação de capital do acordo da Basileia 3, que serão implementadas.

A La Caixa deixou claro que sua futura Caixabank poderá tirar vantagem de sua força de capital para comprar os negócios de cajas concorrentes, na medida em que a consolidação prosseguirá após o colapso do mercado imobiliário residencial da Espanha. “Estamos mudando para crescer”, disse Isidre Fainé, presidente do conselho de administração da La Caixa, ao anunciar que o lucro líquido consolidado da instituição caiu 13%, para ? 1,31 bilhão em 2010. “Queremos ser os líderes.”

Analistas do Royal Bank of Scotland disseram que após a listagem de suas ações a Caixabank deverá estar “numa posição forte para atuar como consolidadora do setor, com um balanço enxuto, melhor acesso ao capital e financiamentos no atacado.” As ações da Criteria, a companhia holding da La Caixa, que será o veículo de listagem do novo banco, subiram mais de 16% na Bolsa de Madri na última sexta-feira.

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