(Brasília) Os analistas de mercado e de instituições financeiras, pesquisados todas as sextas-feiras pelo Banco Central, reduziram mais um pouco a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma das riquezas produzidas no país – em 2006.
Segundo a média das estimativas de uma centena de economistas da iniciativa privada, apontada no Boletim Focus, divulgado hoje (8) pelo BC, o aumento das riquezas foi de 2,73%. Menor, portanto, que os 2,80% projetados há quatro semanas e corrigidos para 2,74% na pesquisa anterior. Eles mantiveram, contudo, a estimativa de 3,50% para o crescimento do PIB de 2007.
A queda na projeção do PIB de 2006 é inversamente proporcional à alteração de 3,08% para 3,09% no crescimento da produção industrial do ano passado, e que, neste ano, deve crescer 4%. Mas, essas variações não alteram a projeção de equivalência entre a dívida líquida do setor público e o PIB que, pelas análises preliminares, terminou o ano de 2006 em torno de 50%, com possibilidade de cair para 49% no final deste ano.
Os especialistas do setor começam o ano animados também quanto à redução da taxa básica de juros (Selic), que atualmente é de 13,25%. Eles confiam que a Selic cairá para 13% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará nos próximos dias 16 e 17. A intenção, segundo os analistas, é manter um cronograma de quedas gradativas até chegar ao final do ano com taxa de 11,75%.
Esse cenário de mercado, traçado no Boletim Focus, prevê ainda que a cotação do dólar norte-americano, hoje em torno de R$ 2,15, não deve ultrapassar R$ 2,20 até o fim do ano (diante de previsão de R$ 2,25 na pesquisa anterior). A cotação é favorável para as contas públicas, mas preocupa os exportadores, que há muito reclamam da desvalorização cambial e conseqüente encarecimento do produto brasileiro lá fora, com queda de competitividade externa.
A pesquisa estima que o saldo da balança comercial (exportações menos importações) no ano será muito bom, em torno de US$ 38,6 bilhões; distante, porém, do saldo recorde de US$ 46 bilhões, obtido no ano passado, e que proporcionou ao país registrar superávit (saldo positivo) estimado em US$ 13,5 bilhões no saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. Esse saldo está projetado em US$ 6,40 bilhões neste ano.
Fonte: Agência Brasil