Segundo relatório do Banco Mundial, 75% dos pobres do mundo não têm conta bancária. Entre os mais abastados, esse índice é de 10%.
Para a instituição, que lançou ontem um banco de dados sobre o tema, não é só a renda baixa que separa os pobres das instituições financeiras. O custo para acessá-las, a distância que a ser percorrida para chegar às agências bancárias e a burocracia para abrir uma conta também dificultam o ingresso dessas pessoas no sistema.
“Aproveitar o poder dos serviços financeiros pode ajudar as pessoas a pagar a uma escola, salvar uma casa, ou iniciar um pequeno negócio que pode proporcionar empregos para outros”, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
A instituição aponta que principalmente as mulheres pobres são excluídas dos sistemas financeiros dos países. O banco relata que 37% das mulheres nos países emergentes têm conta em banco. O percentual é de 46% para os homens.
Na América Latina, o custo foi a explicação apontada por 41% dos entrevistados para a falta de conta em bancos. Têm cartão de crédito 19% dos adultos pobres na região -os outros países em desenvolvimento, o índice é de 5%.
Enquanto 61% das pessoas com conta em banco na Europa e na Ásia Central a utilizam para receber salários, nos mercados emergentes o número cai para 32%.
O levantamento considerou adultos que ganham menos de US$ 2 por dia. A instituição examinou 150 mil pessoas em 148 países.
Zoellick participa de sua última reunião de primavera como presidente do Banco Mundial, uma instituição irmã do FMI.
Ele deixará o cargo em junho, quando será então substituído por outro americano, como é praxe no organismo: o médico de origem coreana Jim Yong Kim.