A violência contra a mulher se tornou uma realidade cada vez mais preocupante no Brasil. De acordo com dados dos Ministérios Públicos estaduais, entre março de 2016 e março de 2017, foram registrados 2.925 casos de feminicídios no país. Mesmo com o aumento de 8,8% de casos em relação ao ano anterior, ainda faltam investimentos do governo para a prevenção destes crimes hediondos.
No estado de São Paulo, por exemplo, de janeiro a junho deste ano, 272 mulheres foram assassinadas, sendo que um terço delas foram vítimas de seus companheiros. Em contraponto, os serviços do governo para prevenção e atendimento à essas vítimas ainda são falhos. “O grupo das mulheres dos movimentos sindicais foi até a Casa da Mulher Brasileira e verificou que o espaço mesmo com as estruturas físicas prontas, ainda não está implementado", revelou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.
Para Elaine, “os números de feminicídios aumentam cada vez mais e precisamos da criação de políticas públicas para evitar que a violência aconteça e se torne em um crime ainda pior”, disse .
A lei federal, que define o feminicídio foi sancionada em 2015 pela presidenta Dilma Rousseff e transformou em hediondo o crime de assassinato quando se aproveita da fragilidade do sexo feminino. A pena varia de 6 a 20 anos de prisão e em alguns casos pode chegar até 30 anos.
“O reconhecimento do feminicídio como crime hediondo já foi um avanço, mas precisamos de leis ainda mais severas para que se possa punir de fato o agressor", finalizou.