O Banco do Brasil aceitou a nomeação de um membro do Conselho de Administração pela Casa Rosada no Banco Patagônia, comprado pela instituição brasileira no ano passado.
A nomeação, decidida na quarta-feira, dia 27, na primeira assembleia após o BB (dono de 51% das ações) assumir o controle acionário da instituição, atende decreto editado há duas semanas pela presidente Cristina Kirchner. A medida aumentou a ingerência do Estado em 32 empresas privadas.
Com os 15% que tem no Banco Patagônia, o governo argentino terá direito a um dos nove integrantes do Conselho de Administração. Antes, não havia nenhum.
“É uma decisão natural e compartilhada, que respeita o peso do Estado argentino na participação societária do banco”, disse Alan Toledo, vice-presidente internacional do Banco do Brasil, que terá o maior peso no conselho, com cinco assentos.
Há um ano o BB comprou o Patagônia, um dos dez maiores bancos argentinos, e investe para tentar torná-lo uma das cinco maiores instituições financeiras do país.
O decreto editado pelo governo argentino causou polêmica. Algumas empresas atingidas pela medida, como os grupos Clarín e Techint, inimigos declarados da Casa Rosada, tentam impedir judicialmente o aumento da participação do Estado em seus órgãos diretivos.
A medida amplia uma norma de 2008 que estabelecia 5% de representação estatal nas empresas privadas, mesmo se a cota acionária do Estado fosse maior.
A partir de agora, a participação do governo será correspondente às ações: na siderúrgica Siderar (do Grupo Techint), por exemplo, onde o Estado argentino é dono de quase 26% das ações, o governo Kirchner terá direito a três dos 11 votos do conselho.