Aos colegas do Banco do Brasil,
Todos temos acompanhado com atenção o desenrolar da crise financeira mundial, iniciada com a insolvência de mutuários americanos, que resultou no socorro de governos a várias instituições financeiras, principalmente nos EUA e Europa. As bolsas de valores em todo o mundo têm sofrido abalos constantes, com uma tendência de baixa que trouxe conseqüências inclusive para a Bovespa, cujas cotações baixaram dos 63 mil pontos do início deste ano para a faixa atual de 35 mil pontos.
Estamos vivendo a maior crise financeira desde o famoso crash de 1929. Nenhum analista econômico se arrisca a fazer previsões seguras sobre o futuro. A economia americana e a européia, responsáveis por quase metade do Produto Interno Bruto mundial, podem entrar em recessão. Uma redução na atividade econômica destes países deverá afetar, em maior ou menor grau, a produção de bens e serviços em outras partes do mundo.
Os países emergentes têm sido menos impactados pela crise mundial. Sobretudo aqueles que experimentam crescimento econômico baseado no consumo interno, em melhorias salariais e na incorporação de grandes contingentes populacionais ao mercado de consumo, caso da China e do Brasil. A economia brasileira está mais sólida que em outros momentos, o que aponta para uma recuperação mais rápida que em outros países.
A Previ, maior investidor institucional do Brasil, detém dois terços de seus investimentos em ações, não tendo como não ser afetada por esta crise. As cotações das ações caíram, acompanhando o movimento de baixa da Bovespa. Nosso patrimônio também acompanhou este movimento e sofreu redução. A Previ, no entanto, suspendeu a venda de ações desde quando a crise se acentuou e, por isso, não realizou prejuízo. Acreditamos que a economia brasileira se recuperará e o valor das ações voltará a subir, pois os fundamentos econômicos das empresas brasileiras não condizem com este movimento de queda. Porém, não se pode precisar o tempo da crise.
A Previ tem, neste momento, aplicações em outras modalidades de investimentos (renda fixa e imóveis) que lhe dão liquidez suficiente para manter o pagamento de benefícios por vários anos. Isto nos deixa seguros de que a administração do patrimônio tem sido feita de forma adequada.
O superávit verificado no início do ano, no entanto, foi drasticamente reduzido, por conta da queda nas cotações de nossa carteira de renda variável. Fechamos o ano com R$ 53 bilhões de exce-dentes e, hoje, nosso superávit está próximo do valor da reserva de contingência.
Acrescente-se a este cenário a edição da Resolução CGPC 26, que prevê a possibilidade de devolver valores ao banco. Esta medida é ilegal, está sendo combatida por nós e por nossas entidades representativas, mas também dificulta, neste momento, qualquer negociação de superávit.
Analisando este quadro, considera-se prudente suspender as negociações para destinação do superávit, até que se tenha uma visão clara de quando a crise vai ser debelada e de como a economia brasileira se comportará no futuro. Por esta razão, estamos sugerindo à Comissão de Negociação que suspenda momentaneamente as negociações do superávit.
Diretores executivos eleitos
Cecília Garcez
Francisco Alexandre
José Ricardo Sasseron
Conselheiros deliberativos eleitos
José Souza de Jesus
Luiz Carlos Teixeira
Miriam Cleusa Fochi
Odali Dias Cardoso
Waldenor Moreira Borges Fº
William José Alves Bento
Conselheiros fiscais eleitos
Carlos Alberto G. de Sousa
Fernanda Duclos Carisio
Francisco de Assis C. Costa
Romildo Gouveia Pinto
Conselheiros consultivos eleitos
Antonio Gonçalves Oliveira
Emílio Santiago Rodrigues
João Antonio Maia Filho
José Paulo Staub