Ajuda a bancos europeus pode ficar abaixo de 100 bilhões de euros

Metodologia de avaliação de ativos ajudaria bancos como o Deutsche
O grande plano da Europa para fortalecer seu sistema bancário deverá ficar bem aquém das atuais expectativas do mercado, identificando um déficit de capital de menos de 100 bilhões de euros que precisará ser ajustado nos próximos seis a nove meses, segundo as mais novas estimativas oficiais.

O cálculo da União Europeia sobre o esforço de recapitalização necessário se compara ao de um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que identificou um rombo de 200 bilhões de euros nos balanços os bancos, resultante das perdas com os títulos de dívidas soberanas. Ele também fica aquém das estimativas dos analistas que acreditam que os bancos podem ter um déficit de capital de até 275 bilhões de euros.

Duas pessoas a par dos resultados de um teste de estresse emergencial realizado em bancos europeus afirmam que a European Banking Authority (EBA), que realizou o teste, sugeriu que entre ? 70 bilhões e 90 bilhões de euros precisam ser levantados. Isso permitiria aos bancos cumprir o limite de 9% para suas relações de capital “tier 1”, uma medida importante da força financeira que vai além das exigências atuais, após o rebaixamento a valores de mercado de suas posições em bônus soberanos de países da periferia da zona do euro.

Quase todas as principais suposições usadas na análise estão sendo motivo de um acirrado debate político, mas pessoas familiarizadas com as discussões acreditam que eventuais mudanças servirão para reduzir o déficit estimado, o não aumentar.

Os líderes europeus deverão ratificar o plano no fim de semana, juntamente com um conjunto mais amplo de iniciativas para fortalecer o euro, que inclui o uso do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF na sigla em inglês) como veículo de garantia de emissões de títulos de dívida pelos governos. O aparente entrave a um hipotético sistema de garantia estatal para os bônus de bancos, visto como crucial para derreter um mercado congelado, vai exacerbar os temores de um iminente aperto de crédito na Europa.

“Isso será um fracasso total”, disse uma pessoa envolvida no processo. Autoridades disseram que o principal motivo dos números diferentes foi a inclusão pela EBA do impacto positivo sobre a posição de capital dos bancos, da aplicação dos valores de mercado aos títulos soberanos da região de melhor desempenho, como os do Reino Unido e os da Alemanha, compensando os “cortes” periféricos.

Os títulos de 10 anos do Tesouro do Reino Unido estão sendo negociados no momento a 11% acima de seu valor nominal, em comparação a um desconto de 60% sobre o título da dívida grega equivalente e 18% sobre o título da dívida italiana.

A metodologia ajuda instituições como o Deutsche Bank, considerado por analistas como o mais duramente atingido entre bancos europeus no esforço de recapitalização, e deverá garantir que bancos britânicos serão no geral poupados da recapitalização.

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